(Mentes do Amanhã - Ano III - Setembro/2010)
Constatamos diariamente pelos noticiários que a nossa situação social é ruim.
O Brasil possui a segunda pior concentração de renda do mundo, altíssimos índices de violência, criminalidade infiltrada e muitas vezes operando as mais altas esferas de nosso poder público. Escândalos são sucedidos por outros escândalos, e estes nos fazem esquecer daqueles antes que sejam esclarecidos e os responsáveis legalmente punidos.
Felizmente temos a certeza plena, com Jesus, de que aqueles por quem os escândalos vêm terão que colher o que plantaram em experiências educativas nos processos reencarnatórios. Aprendemos com Kardec que por escândalos devemos entender todos os atos que lesem o próximo ou a nós mesmos, sejam do universo público ou privado; portanto juízo! Jesus também nos revela a Lei Divina que determina seja dado a cada um segundo suas obras. O plantio é opção, a colheita obrigação. Melhor plantar melhor. Essa certeza plena nos confere paz para não permitirmos que a indignação, saudável, descambe para a revolta piorando nosso campo vibratório e anulando uma reação equilibrada, orando pelos que tropeçam moralmente, mas exigindo a aplicação da lei, na construção da sociedade civilizada que almejamos.
A boa notícia é que já progredimos muito.
Em Obras Póstumas, Allan Kardec nos relembra nossa organização social antiga anunciando o surgimento futuro da aristocracia intelecto-moral, como conseqüência do processo evolutivo no qual todos estamos amorosamente matriculados. “Das ovelhas que Meu Pai Celestial Me confiou, nenhuma se perderá”. Bom né?!
Informa o codificador que as Aristocracias, do grego “poder dos melhores”, já foram dos patriarcas, em tempos primitivos. Depois, por força das guerras, a da força bruta, liderada pelos mais fortes; a do ouro, liderada pelos mais ricos, os reis e seus descendentes. Evoluímos para a aristocracia da inteligência, mais justa, mas não a ideal. Os piores malfeitores da humanidade eram muito instruídos, mas não eram moralizados, ou educados, se preferirmos a visão Espírita de educação; o mesmo acontece hoje.
À medida que o homem aprender e praticar os princípios éticos universais ensinados por Jesus, e explicados por Kardec, teremos uma aristocracia moral e intelectualmente desenvolvida.
Nosso olhar panorâmico em direção ao passado nos dá coragem em trabalhar o presente e sonhar com a “ciência e o amor a favor futuro..com o respeito, os humanos direitos fazendo pensar os pilares de uma nova era”.
As circunstâncias mudaram, mas na essência nosso desafio continua o mesmo: reformar o nosso caráter! Combater nossas más tendências e trabalharmos no bem, no limite das nossas forças! Alinhar as nossas atitudes às recomendações do Mestre. “Amar com ardente caridade” o trabalho, a solidariedade e a tolerância. Ter para com os outros a mesma paciência que adoramos que tenham conosco.
Como realizar esse progresso em nós sem vivermos em sociedade? Isolados vamos perdoar quem? Ajudar a quem? Aprender com quem? Construir a democracia plena para quem?
Como prescindir da instituição da família no nosso acolhimento cristão-espírita nos retornos à arena terrena?
Deus sabe o que faz e nos pôs a viver em sociedade para juntos realizarmos a construção de nós mesmos rumo à felicidade com Ele, para sempre!