terça-feira, 26 de outubro de 2010

LEI DE SOCIEDADE - Marcos Papa (Ribeirão Preto/SP)


(Mentes do Amanhã - Ano III - Setembro/2010)

Constatamos diariamente pelos noticiários que a nossa situação social é ruim.
O Brasil possui a segunda pior concentração de renda do mundo, altíssimos índices de violência, criminalidade infiltrada e muitas vezes operando as mais altas esferas de nosso poder público. Escândalos são sucedidos por outros escândalos, e estes nos fazem esquecer daqueles antes que sejam esclarecidos e os responsáveis legalmente punidos.
Felizmente temos a certeza plena, com Jesus, de que aqueles por quem os escândalos vêm terão que colher o que plantaram em experiências educativas nos processos reencarnatórios. Aprendemos com Kardec que por escândalos devemos entender todos os atos que lesem o próximo ou a nós mesmos, sejam do universo público ou privado; portanto juízo! Jesus também nos revela a Lei Divina que determina seja dado a cada um segundo suas obras. O plantio é opção, a colheita obrigação. Melhor plantar melhor. Essa certeza plena nos confere paz para não permitirmos que a indignação, saudável, descambe para a revolta piorando nosso campo vibratório e anulando uma reação equilibrada, orando pelos que tropeçam moralmente, mas exigindo a aplicação da lei, na construção da sociedade civilizada que almejamos.
A boa notícia é que já progredimos muito.
Em Obras Póstumas, Allan Kardec nos relembra nossa organização social antiga anunciando o surgimento futuro da aristocracia intelecto-moral, como conseqüência do processo evolutivo no qual todos estamos amorosamente matriculados. “Das ovelhas que Meu Pai Celestial Me confiou, nenhuma se perderá”. Bom né?!
Informa o codificador que as Aristocracias, do grego “poder dos melhores”, já foram dos patriarcas, em tempos primitivos. Depois, por força das guerras, a da força bruta, liderada pelos mais fortes; a do ouro, liderada pelos mais ricos, os reis e seus descendentes. Evoluímos para a aristocracia da inteligência, mais justa, mas não a ideal. Os piores malfeitores da humanidade eram muito instruídos, mas não eram moralizados, ou educados, se preferirmos a visão Espírita de educação; o mesmo acontece hoje.
À medida que o homem aprender e praticar os princípios éticos universais ensinados por Jesus, e explicados por Kardec, teremos uma aristocracia moral e intelectualmente desenvolvida.
Nosso olhar panorâmico em direção ao passado nos dá coragem em trabalhar o presente e sonhar com a “ciência e o amor a favor futuro..com o respeito, os humanos direitos fazendo pensar os pilares de uma nova era”.
As circunstâncias mudaram, mas na essência nosso desafio continua o mesmo: reformar o nosso caráter! Combater nossas más tendências e trabalharmos no bem, no limite das nossas forças! Alinhar as nossas atitudes às recomendações do Mestre. “Amar com ardente caridade” o trabalho, a solidariedade e a tolerância. Ter para com os outros a mesma paciência que adoramos que tenham conosco.
Como realizar esse progresso em nós sem vivermos em sociedade? Isolados vamos perdoar quem? Ajudar a quem? Aprender com quem? Construir a democracia plena para quem?
Como prescindir da instituição da família no nosso acolhimento cristão-espírita nos retornos à arena terrena?
Deus sabe o que faz e nos pôs a viver em sociedade para juntos realizarmos a construção de nós mesmos rumo à felicidade com Ele, para sempre!

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

NEM OS ESPÍRITOS VÃO - Orson Peter Carrara (Matão/SP)


(Mentes do Amanhã - Ano III - Setembro/2010)

Sabe-se que os espíritos estão por toda parte e que procuram os que lhes interessa, obedecendo ao critério de sintonia com os próprios interesses. Assim é fácil entender que os bons espíritos procuram o bem, a fraternidade, ou, em outras palavras, os grupos e pessoas que estão construindo o bem por toda parte, participando de suas atividades, inspirando-lhes as ações, confortando corações, amparando nas dificuldades. Da mesma forma espíritos ainda em vinculados a interesses grosseiros ou menos dignos também procuram grupos e pessoas que se envolvem com intrigas, calúnias, inveja, ciúme, competições, vingança e situações parecidas.
Isso significa dizer que temos por companhias espirituais exatamente aquelas que se identificam com os interesses e comportamentos que adotamos por norma de vida.
O título da presente abordagem, todavia, tem outro direcionamento. Ele foi motivado pelos constantes lamentos que ouvimos de baixa freqüência ou participação em eventos organizados para estudar e divulgar o Espiritismo. Então, brincamos com o título, como a dizer, em função de programas, títulos, horários, dias, que nem os espíritos vão...
É que alguns detalhes são vitais para o sucesso de freqüência nos eventos que programamos:
a) Citar o dia da semana. Normalmente observa-se informativos, cartazes e divulgações em geral citando apenas o dia. Por exemplo, 10 de outubro, sem citação do dia da semana. Essa informação é vital para situar o evento. É muito conveniente citar o dia do mês e o dia da semana para fixar mais.
b) Título do evento. Sempre há que se considerar que o título do evento, ou da palestra, ou do encontro deve motivar e atrair a participação. Assim também como a maneira como é anunciado. Deve ser com alegria, com estímulo, e não como simples leitura.
c) Horário e dia do evento. É sempre necessário verificar o horário e dia da semana em que se programam os eventos, levando-se em conta a realidade local, da cidade e mesmo da instituição.
d) Divulgação. Deve ser feita por todos os meios possíveis. E-mails, telefonemas, cartas, cartazes, TV, rádio, jornal. E principalmente pelo contato pessoal. E também não adianta com muita antecedência nem muito em cima da hora. É preciso encontrar um ponto de equilíbrio cabível na realidade própria.
A grande questão é conquistar a pessoa que está lendo o e-mail, o cartaz ou o texto de divulgação, ou conquistar sua sensibilidade quando anunciado verbalmente. A pessoa que está ouvindo ou lendo o texto precisa sentir a importância de estar presente, o quanto o evento vai lhe fazer bem. É quando entra a criatividade de quem divulga, de quem organiza.
Imagine, por exemplo, por outro lado, marcar um evento numa final de Copa do Mundo, ou numa terça de carnaval, ou no Dia das Mães. Por mais que queiramos desviar o foco, o comportamento está muito condicionado a feriados e datas que saem da rotina. Aí é muito difícil. O mesmo ocorre com horários, que devem levar em conta a realidade local e mesmo possíveis eventos nacionais que possam prejudicá-los. Por isso a brincadeira: nem os espíritos vão...
O que se pretende dizer é que todo cuidado precisa ser colocado na divulgação e organização de um evento e o principal ingrediente é sensibilizar o público que se deseja atingir. É na criatividade de quem organiza que está o velho segredo.
Quem ouve a divulgação ou lê um texto precisa sentir que precisa ir... Como fazer isso com a eficiência que se deseja? Eis um segredo.