VOCÊ JÁ SE IMAGINOU DIRETOR DE CINEMA PRODUZINDO
FILME SOBRE CHICO XAVIER?
Paulo César Scanavez
São Carlos
Dia 02.04.2010, Chico Xavier completaria UM SÉCULO. Está previsto para essa data o lançamento de um longa metragem sobre a vida de CHICO XAVIER, tendo como diretor DANIEL FILHO, que se utilizou da tecnologia digital para fazê-lo. O filme tem mais de 100 personagens e atores. Daniel Filho diz que esse “é o seu épico”, e, em tom de brincadeira, comparou-o ao histórico “El Cid”. Daniel Filho diz que é ateu (Chico diria: “Deus não repara para isso não, meu filho”), mas foi atraído pelo imenso coração do famoso médium. Não foi por outra razão que Chico, disputando com diversas celebridades das Minas Gerais (Carlos Drumond de Andrade, Santos Dumont, Pelé etc), foi escolhido o mais ilustre Mineiro do Século XX. Não tanto pela psicografia, mas pela bondade que borbulhava de seu espírito, transmitindo confiança, esperança, consolo: um verdadeiro homem de bem, dinâmico, suave, eficiente, sutil, humilde, digno representante de DEUS na Terra. Chico, puro patrimônio espiritual, tem história para muitas Alexandrias. E você, leitor, como construiria o roteiro desse épico? Certamente já leu alguns ou vários livros sobre Chico Xavier, ou teve oportunidade de falar com ele ou vê-lo ou ouvi-lo em programa televisivo ou radiofônico. Ouviu histórias interessantes de familiares em busca de cartas do além (= as psicografadas), ou dos mais de 400 livros por ele recebidos dos espíritos, cujos direitos autorais eram doados para instituições filantrópicas ou para obras assistenciais, doações essas que aconteciam no exato momento em que o livro era editado, de modo que o médium jamais recebeu um vintém decorrente dessas criações. Desde criança foi submetido a grandes desafios.
Emmanuel, seu guia espiritual, advertiu-o desde cedo que só através de férrea disciplina conseguiria alcançar as metas estabelecidas pela Espiritualidade Maior. Chico valorizou antologicamente o tempo dessa sua reencarnação. Partiu, como havia previsto, no dia em que o Brasil comemorava o pentacampeonato de futebol conquistado na Alemanha: o povo estava feliz, comemorando aquela conquista, e até isso, no seu jeito simples de ser (atenção: ser simples é algo bem complicado, mas realizável pelo esforço de cada um), era como imaginava pudesse ocorrer no dia em que partisse, quem sabe para escapar de toda turbulência que um cenário adverso poderia desencadear.
Biografias sobre Chico é o que não falta. Cada uma melhor do que a outra (exemplos: Chico Xavier, Mandato de Amor, da União Espírita Mineira; Até sempre Chico Xavier, Nena Galves, CEU – Departamento Editorial; Chico Xavier – O amigo dos animais - , Carlos Bacelli, LEEPP; e dezenas de outras obras, todas relevantes). DANIEL FILHO, no jornal O Estado de São Paulo, caderno 2, D3, de 29.7.2009, conta também que o roteiro do filme foi creditado a Marcos Bernstein (o do filme Central do Brasil), o qual buscou dados em inúmeras fontes, incluindo a biografia do médium desenhada pelo jornalista Marcel Souto Maior. A estrutura episódica do filme conta três fases da vida de Chico: experiências singulares por ele vivenciadas na infância e na fase adulta, em Pedro Leopoldo, e depois em Uberaba, onde se radicou. O garoto Matheus Costa, depois Ângelo Antonio e Nelson Xavier vivem as diferentes fases do médium. O filme possivelmente terá duas horas de duração, mas Daniel Filho deixará a versão mais extensa para ser exibida na TV como microssérie.
É de sabença comum que há filmes que acabam sendo melhores do que os livros que inspiraram suas produções. No caso de Chico Xavier, por mais competente que seja o diretor – como é o caso de Daniel Filho -, terá pela frente enorme desafio: equiparar o filme ao que há de melhor nos livros escritos sobre esse iluminado espírito que deixou sobre a terra fecundos sinais de uma laboriosa e exemplar existência.
Eu, se diretor de cinema, exigiria o roteiro contando o que aconteceu no dia em que Chico nasceu: “o curioso fenômeno envolvendo um bando de garças que foram se misturando com os lírios” (... e se você leitor se interessar pelo enredo desse fenômeno, trate de ler o livro do Baccelli, acima mencionado, nas págs. 117/119). E depois disso, nem saberia por onde caminhar, pois a vida do Chico foi tão suculentamente generosa que é melhor esperar pelo filme e torcer para que o diretor Daniel Filho se realize até mais do que o diretor Antony Mann conseguiu com o clássico “El Cid”. Pelo relato de Daniel Filho, deu para ele sentir que não está sozinho nessa grandiosa empreitada, tanto que ao contar para sua esposa Olívia Byington sobre ter decidido fazer o filme, “viveu uma experiência irracional ou transcendental – palavras dele - : as lágrimas não paravam de escorrer, estava falando, estava feliz e as lágrimas desciam numa enxurrada”. E você leitor, já se imaginou produzindo esse filme? por onde começaria? e depois?
(Mentes do Amanhã - Ano II - Edição V - Agosto/2009)
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