Almas gêmeas e a lei de amor
Silvia Gouveia (Guará/SP)
Sônia Matos (Ituverava/SP)
O amor é um espetáculo não há dúvida. Um espetáculo que admiravelmente vem trazer luz em nossas vidas e paz aos nossos corações.
É puro e Divino. Emana do criador para as criaturas. Está gravado em nosso íntimo, em estado latente, evoluindo de instinto – sensações – sentimentos, até o ápice que o amor.
Pelo Evangelho percebemos que o amor é Lei, é condição inerente a nossas almas. Mas, a essência do ato amor, está também intimamente relacionado ao estado emocional, ou espiritual do ser que ama. Vejamos que percorremos uma escala progressiva e compreensiva ao ato de amor. Desde o instinto de ter, de buscar, de conquistar, de conseguir, de procriar; depois sensações que nossa estrutura reencarnatória nos traz: sensações de carinho, de prazer, de poder pois, há quem ame imiscuindo um quê de posse, de ciúme, ou dependência que são todos esses frutos de uma relação de poder, de possuir ou ser possuído.
Nesta nossa escala progressiva do amor, diz-nos o Evangelho que subseqüente `as sensações descobrimos os sentimentos. Sentimentos de zelo, de ternura, de docilidade, sentimento de bem querência, de bem estar. E o ápice, diz-nos os espíritos é o amor. E ainda completa, não o amor neste sentido vulgar do termo. O amor que faz estremecer os mártires e estes ébrios de emoção se lançaram aos circos, em desprendimento de si próprio entregando-se em amor pelo bem do Evangelho.
Percebemos os quadros obsessivos, compulsivos em que a visão equivocada do amor pode trazer aos espíritos, encarnados ou não. E em nome do amor. Um amor que ainda se enclausura na satisfação dos instintos ou na busca desenfreada por um prazer aprisionante. E quando não conseguem serem atendidos ou por este ou aquele motivo, transformam a força que se empenhavam no amor, em ódio. É quando observamos as confusões que passam nos corações. Amar no sentido real do termo, requer abnegação, resignação, desinteresse e total obediência aos desígnios do Pai.
Muitas pessoas nos procuram com questões amorosas. Dilemas que vão desde almas gêmeas à “casei com a pessoa errada”?
Vamos vendo no decorrer de nossas conversas e posteriores reflexões que o que querem é serem aceitas, e encontrarem alguém que possam aceitar sem qualquer modificação ou exigência. Poderemos pensar que isso não existe aqui na Terra. Acredito que existe sim, e a vida nos dá prova. Quem pode dizer que as mães não amam assim? E então percebemos que muitos de nossos problemas são caprichos não atendidos e uma dificuldade em abnegarmo-nos em favor do amor mútuo.
Estando ainda na fase de sementeira exigimos regalos de colheita. Buscamos no outro uma perfeição que ainda não temos em nós. Muitos, se encontrassem uma alma gêmea no sentido literal da palavra, ficariam por muito insatisfeitas ao terem que conviver com o espelho de si mesmas, com as mesmas imperfeições, exigências, manias e coisa e tal...
Quando tivermos com questões amorosas a nos incomodar, vamos refletir na escala progressiva do amor. Talvez estejam estacionados no instinto reclamando pelo ápice do sentimento que sequer conhecemos ou temos condição de oferecer para alguém.
Diz o ditado popular que parceiros são todos iguais, o que muda é o endereço. Aqui vamos acrescentar, o que muda é o adereço. Sim, adereço. Às vezes olhamos alguém de bela aparência, ou com um belo vestuário, ou com um belo cheiro, e podemos nos encantar pelo adereço. Quando mudamos para o mesmo endereço a coisa complica. Sem adereços, some o interesse.
Muda porque somos espíritos ainda imperfeitos, que se enganam, que tem suas inibições e fracassos, suas ousadias e valentias, que temos dificuldade em perdoar. Não podemos ir descasando assim como quem troca de adereços. Mudar de endereços depois de entrelaçados implica em uma porção de outras almas entrelaçadas conosco.
Não estamos aqui sendo contra ou a favor do divórcio. Estamos a favor do amor. Um amor que respeita as diferenças, as dificuldades, o estágio evolutivo de cada um. Se quisermos um amor perfeito, tratemos logo de buscar nosso própria perfeição para termos algo a oferecer a esse anjo quando ele chegar até nós.
Antes do “foram felizes para sempre’, tem muitas questõezinhas para serem administradas com cuidado infinito e com muito Evangelho no coração”.
(Mentes do Amanhã - Ano I - Edição I - Julho/2008)
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