quarta-feira, 28 de julho de 2010

OTIMISMO - Alan Martins (Ribeirão Preto/SP)




(Mentes do Amanhã - Ano I - Edição I - Julho/2008)


O pessimismo é um sentimento profundamente relacionado ao estado de espírito do indivíduo. Ao olharem na direção de uma árvore de Natal toda iluminada, alguns pessimistas enxergam justamente a única lâmpada queimada entre incontáveis delas acesas. Há pessoas que nem podem ouvir o famoso provérbio sobre a luz no fim do túnel, que logo vêm retrucando para atribuí-la a um trem prestes a atropelá-las.

O problema é que o pensamento pessimista propicia uma inditosa sintonia em faixa vibratória negativa. Logo, o pessimismo pode servir como porta de entrada para a depressão e outras mazelas do psiquismo humano, muito comuns no contexto da vida moderna. O mesmo acesso serve ao plano dos desencarnados, proporcionando o ingresso por avenida que leva ao triste terreno da obsessão espiritual. Não raro, é bom dizer, os quadros depressivos ou similares são devidos a vínculos obsessivos com irmãos prostrados em caminhos tortuosos do plano espiritual.

Ao contrário, o otimismo é atitude própria daquele que acredita em si mesmo e, acima de tudo, tem fé em Deus. O otimista atua em freqüência positiva, tem mais facilidade e disposição para realizar, conquistar e perseverar. No cenário terreno, representa o papel de mola propulsora do progresso e da evolução. Imaginemos se o pessimismo predominasse nas mentes de certas figuras históricas da Humanidade. Por exemplo, será que Cabral chegaria ao Brasil, Colombo à América e James Cook à Oceania? E Santos Dumont? Teria alçado vôo com o seu 14 Bis?

Notícias da espiritualidade, como as do irmão Emmanuel na notável obra “A Caminho da Luz”, dão conta de que muitos emissários de Jesus, não obstante a assistência e inspiração de mentores espirituais, acabaram sucumbindo nas tarefas para que foram designados, seja em razão de falhas próprias, seja em decorrência de influências negativas. Até Kardec, se tivesse sido pessimista nos momento difíceis, por certo, engrossaria as fileiras de missionários do Alto fracassados e, assim, o advento do Espiritismo no orbe terreno sofreria adiamento não desejado.

Façamos nossas auto-análises e vejamos os prejuízos a que o pessimismo pode nos levar: sofrimento por antecipação, somatização de nosso pensamento negativo em dores de cabeça, gastrite e outras enfermidades corpóreas, obras inacabadas, fracassos.

Portanto, o caminho é ser otimista. Certo? Correto! Mas o problema é que isto anda muito difícil no mundo de hoje. O negativismo está no ar, nas conversas entre as pessoas, na mídia que tanto enfatiza tragédias, crimes e toda sorte de notícias ruins. A guerra, a fome, o materialismo exacerbado e as atrocidades que as imperfeições humanas propiciam não são ignoradas por ninguém.

Então, como ser otimista em meio a tantas adversidades? A dica é buscar proteção contra o negativismo, ver as luzes acesas da árvore de Natal, não a única que estiver queimada; ocupar-se de músicas e leituras edificantes; dedicar-se à família, aos amigos, à caridade, à fraternidade, à solidariedade; cultivar a alegria, o bom-humor e ver que, assim conduzindo-se, é possível plantar sorrisos nos semblantes dos semelhantes.

É preciso acreditar para alcançar, seguir os ensinamentos do Mestre Jesus, ter fé em Deus e na Sua infinita misericórdia. Não se pode olvidar que o Espírito é eterno, que a Justiça Divina se faz ao longo de incontáveis encarnações, nem que sempre é tempo para recomeçar, resgatar os débitos pretéritos e conquistar méritos para um futuro espiritualmente mais promissor.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

DIANTE DA VIDA - José Eurípedes Garcia (Igarapava)


Na condição de espíritas, conhecedores dos meandros que regem o mundo e as relações nossa postura diante da vida deve ser muito diferente da postura das demais pessoas do mundo, distantes do conhecimento espiritual.


Devemos considerar a vida como o solo abençoado onde germinam as sementes de nossas ações, e assim, à semelhança do agricultor prudente, devemos selecionar as sementes a fim de que não seja comprometida a colheita.

É compreensível que ante o legado da vida busquemos as flores, devemos refletir, todavia, que a ciência da felicidade consiste em transformar em flores os espinhos que nos ferem.

Jamais deveremos prender-nos ao agressor pelos laços do ódio, da mágoa ou do rancor, mas sim por um impulso de perdão, pois se a vingança nos escraviza o perdão nos liberta e ilumina.

Sendo a vida um patrimônio de Deus, não há como fugir dela e nem pensar que fora dela existe outra vida, pois a vida é única e imperecível. Assim, suicídio, eutanásia, pena de morte e aborto, são loucuras que nos invadem da tentativa de fugir de nossos problemas e dificuldades.

Na vida oscilamos entre a matéria densa e a espiritualidade, porém a morte não gera nenhuma transformação em nosso ser imperecível. Se quisermos adentrar na essência de nossa individualidade devemos iniciar o mais rápido possível o conhecimento de nós mesmos, sem o qual a jornada de ascensão se torna muito difícil.

Para isto é necessário que exercitemos algumas regras básicas de convivência, que muito nos ajudarão na jornada progressiva em que nos encontramos:

-Tratemos a todos com igualdade, pois as posições de superioridade ou subalternidade são condições passageiras que se alternam ao longo das reencarnações;

-Evitemos fazer alarde de nossas boas qualidades, pois a modéstia é apanágio dos espíritos realmente superiores;

-Amemos conforme nos recomendou o Cristo;

-Estudemos sempre, pois o conhecimento é fonte de progresso e como nos orientaram os espíritos encarregados de inspirar o Codificador “espíritas amai-vos, este o primeiro mandamento, instrui-vos, este o segundo”.

-Aprendamos a conviver com a dor, pois é ela quem nos garante um glorioso provir, imaginemos se o brilhante se recusasse a aceitar as ações do ourives, o barro fugisse do fogo que lhe atiça o oleiro ou o mármore se rebelasse contra o escultor que o fere. Quanta beleza se encontraria oculta e quantas obras de arte estariam por realizar-se.

Na busca da felicidade, aprendamos a buscar o bom e belo, todavia não nos esqueçamos que muitas vezes os caminhos para isto se mostram pantanosos e repletos de abrolhos e que para a sua conquista o esforço e a humildade são armas indispensáveis para encarar com alegria os revezes da vida.

(Mentes do Amanhã - Ano I - Edição I - Julho/2008)