sábado, 27 de novembro de 2010

SOBRE CÉLULAS TRONCO - Waldemar Gonçalves Junior


(publicado no Mentes do Amanhã - Ano I - Edição 2 - setembro/2008)

19. O homem não pode, pelas investigações das ciências, penetrar em alguns dos segredos da natureza?
– A ciência lhe foi dada para seu adiantamento em todas as coisas, mas não pode ultrapassar os limites fixados por Deus.
Quanto mais é permitido ao homem penetrar pelo conhecimento nesses segredos, maior deve ser sua admiração pelo poder e sabedoria do Criador; mas, seja pelo orgulho ou fraqueza, sua própria inteligência o torna, muitas vezes, joguete da ilusão. Amontoa sistemas sobre sistemas e cada dia que passa lhe mostra quantos erros tomou por verdades e quantas verdades rejeitou como erros. São outras tantas decepções para o seu orgulho.

Muito se fala hoje em dia sobre as células tronco. Mas o que é uma célula tronco?
É um tipo de célula que pode se diferenciar e constituir diferentes tecidos do organismo. As células-tronco são auto-replicantes ou seja, podem gerar cópias idênticas de si mesmo.
Em alguns casos a clonagem é um método de reprodução normal para muitos seres. As bactérias, por exemplo, têm uma célula só e se reproduzem, portanto, por meio da clonagem. Então, toda bactéria nasce clonada, ou seja, são cópias genéticas perfeitas das mães, que duplicam seu “corpo” para depois se dividir em duas.
Nos demais organismos, a reprodução só ocorre por meio da fecundação, ou seja, através do óvulo e do espermatozóide. Na fecundação, o óvulo e o espermtozóide se unem somando seus genes, de maneira que a célula formada passa a ter dois conjuntos de DNA. A partir daí, ela se multiplica e se divide sucessivamente, se transformando em um embrião.
Existem, portanto, duas formas de clonagem. Uma, com fins terapêuticos, outra com fins reprodutivos.
Com a reprodutiva, objetiva-se fazer a cópia de um indivíduo, técnica pela qual transfere-se o núcleo para um óvulo sem núcleo. Havendo a divisão do óvulo, transferindo-o para um útero humano e se desenvolvendo, obter-se-á a cópia do indivíduo de quem foi retirado o núcleo da célula.
Quando os fins são terapêuticos, as células são multiplicadas em laboratório para formação dos tecidos. A partir daí, os benefícios podem ser muitos, pois as células-tronco podem se transformar em qualquer parte do corpo. Através da injeção de células-tronco, essas passam a funcionar como as defeituosas, podendo-se tratar de doenças neuro-degenarativas, Mal de Huntington, Mal de Alzheimer, Mal de Parkinson, Paralisia, Cirrose, Diabetes, Queimaduras, etc.
Muito se questiona a respeito de o Espiritismo ser contra ou a favor a utilização das células-tronco. Ora, esse é um questionamento de difícil resposta. Afinal, se o Espiritismo se posiciona como uma Ciência, deve assumir uma postura de pensamento científico. Como filosofia deve refletir sobre o assunto, permitindo que cada um possa dentro de suas concepções posicionar-se contra ou a favor do assunto.
A clonagem humana é alvo de muita polêmica e resulta, naturalmente em uma proibição mundial, em função de uma série de fatores, que implicam em inúmeros questionamentos de natureza ética. Quem seriam o seres clonados? Que espíritos habitariam esses corpos? Haveriam espíritos? Quais os interesses por detrás dessas pesquisas? Qual o proveito disso para a sociedade?
Sabe-se, além disso que, em 100 tentativas, 95 não terão sucesso; e mesmo as gestações que prosperarem poderão não obter sucesso, começando por um envelhecimento celular precoce.
Quanto a sua finalidade terapêutica, vemos o surgimento de um conceito revolucionário dentro da ciência, em especial na medicina, em decorrência dos enormes benefícios advindos de tal descoberta.
É imprescindível, portanto, adquirirmos conhecimento sobre as bases da Doutrina Espírita, a fim de poder questionar o aspecto ético de pesquisas dessa natureza, entretanto, a posição é e será sempre pessoal, cabendo ao Espiritismo e as demais correntes filosóficas e religiosas, nortear a sociedade a um comportamento ético, baseada no bom senso e no respeito a vida e sua interação com o todo.
Existem, naturalmente, muitas dúvidas a respeito do assunto; o que é natural, e como espíritas, temos que aprender a conviver com elas, compreendendo que as respostas virão com o tempo.
O que importa, é estarmos sempre firmes com o objetivo do conhecimento da verdade, estando abertos a adoção de novos conceitos.
Afinal o mundo evoluiu muito desde o surgimento da Doutrina Espírita, e é preciso que nós espíritas tenhamos a mente voltada para novas descobertas no cenário científico, recordando esse trecho de “A Gênese”, Cap. 1: Caminhando de par com o progresso, o Espiritismo jamais será ultrapassado, porque, se novas descobertas lhe demonstrassem estar em erro acerca de um ponto qualquer, ele se modificaria nesse ponto. Se uma verdade nova se revelar, ele a aceitará.”

domingo, 14 de novembro de 2010

VIDEO-MENTES: Programa Conexão Repórter: Vida após a Morte (Rede Amigo Espírita)



Programa Conexão Repórter do STB, comandado pelo Jornalista Roberto Cabrini, aborda o tema "Vida após a Morte". Destaque para a entrevista com o médico psiquiatra e espírita Dr. Sérgio Felipe de Oliveira, já muito conhecido no meio espírita pelas pesquisas desenvolvidas sobre a glândula pineal e sua importância no âmbito da mediunidade. A reportagem mostra experiências científicas do Dr. Sérgio relativas às reações no corpo físico do médium durante a psicofonia. Também fala do seu método de tratamento que alia Psiquiatria tradicional e Espiritismo.

sábado, 6 de novembro de 2010

RESPONDENDO AO LEITOR - Filhos e Planejamento Familiar


(Publicado no Jornal Mentes do Amanhã - Ano III - Edição VII - Setembro/Outubro de 2010)

Pergunta feita por Adrieli Cristina - participante da Mocidade Espírita "A Caminho da Luz" (Ipuã/SP)

Estamos estudando na nossa Mocidade o Livro " Não Pise na Bola" de Simonetti, e ficou uma dúvida entre nós sobre a Concepção que gostaríamos que nos esclarecesse ; Se na espiritualidade é planejado a quantidade de filhos e se o casal ao encarnar não os têm, a uma negligencia por parte deles; ou quando se têm mais filhos também não ocorreu um replanejamento, perguntamos isto pois vemos muita jovens grávida e sem condições física e psicológica para criar seus filhos, por que é permitido isto? - ( Adrieli Cristina - participante da Mocidade Espírita " A Caminho da Luz - Ipuã)


Pergunta respondida por Alan Martins (Ribeirão Preto/SP)
A questão é muito pertinente. Obrigado. No departamento da reencarnação, o planejamento constitui atividade prioritária. Em “Missionários da Luz” (capítulos 12 e 13), André Luiz nos reporta sobre como, na erraticidade, a preparação para uma nova encarnação compreende desde opções relativas a características do corpo físico até a escolha da família em que o espírito reencarnará. Este planejamento, grande parte das vezes, é feito com a participação do próprio ser reencarnante. Este, inclusive, em maior ou menor grau, participa da escolha dos gêneros de provas que irá enfrentar, dentro dos ditames da lei de causas e efeitos. Claro que isto não é regra absoluta, havendo espíritos mais recrudescidos que não têm condições de discernimento, o que explica reencarnações forçadas ou provações pura e simplesmente impostas e moldadas pela lei de ação e reação. Mas isto é outra questão, cabendo aqui voltar à situação daquele que planeja a quantidade de filhos e, depois, pela anticoncepção, frustra a vinda de espíritos com que se comprometera no plano espiritual, ou então, para os casos de gravidez precoce ou indesejada, aparentemente em descompasso com os planos pré-encarnatórios. Nesses pontos, deve-se chamar a atenção para a sistematização das leis de Deus e lembrar que, em harmonia com a lei da reencarnação, incide também o livre-arbítrio dos espíritos. Emmanuel nos lembra que a Doutrina Espírita concebe nossas consciências livres para o planejamento familiar e a anticoncepção. O exercício desse livre-arbítrio começa na erraticidade, mas termina no plano terreno, quando a quantidade de filhos, em razão de nossas condutas e imperfeições, fica muitas vezes aquém ou além do compromisso assumido no plano espiritual. Então, a primeira parte da resposta à pergunta resume-se em uma palavra: livre-arbítrio. E a segunda reside na lógica. Ora! Se tudo que fosse planejado no mundo espiritual fosse seguido à risca em nossa existência terrena, onde estaria a explicação para os infortúnios, crimes e outras desventuras da humanidade? Fosse assim, em uma única jornada terrena, todos evoluiriam e ninguém sucumbiria às provas e expiações, o que definitivamente não é a realidade.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

O CHÁ DA MEIA-NOITE - Richard Simonetti (Bauru/SP)



(Mentes do Amanhã - Ano III - Edição VII - Setembro/Outubro de 2010)

Acontece algumas vezes comigo:
Aplico o passe magnético em moribundos. Pouco depois, exalam a último suspiro.
Pois é! Morrem!
Companheiros dizem que meu passe é “o chá da meia noite” – remete o degustador para o Além.
– Se eu estiver mal, não chamem o Richard! – advertem.
Brincadeiras à parte, há a velha questão, envolvendo o doente terminal, convocado às etéreas plagas, bilhete em mãos, pronto para o embarque.
É possível apressar a partida, usando recursos como o passe magnético?
O folclore do sertão nos diz que sim, apresentando-nos a figura do “ajudador”.
Trata-se de alguém especializado na “incelência”, o empenho de convencer o moribundo a soltar-se.
O “ajudador” emprega, em seu mister, cantos, ritos e rezas especiais.
O passe magnético, aplicado em clima de contrição, com evocação da proteção divina, é eficiente “incelência”, a favorecer a ação de benfeitores espirituais que assistem os desencarnantes.
Geralmente, o paciente terminal tende a agarrar-se ao corpo depauperado, prolongando a agonia. Devemos conversar com ele, ao aplicarmos o magnetismo, procurando faze-lo sentir que não está só, que há o amparo espiritual, que seus sofrimentos terão fim, que a vida continua...
Na medida em que consigamos dar-lhe alguma segurança, ele se soltará mais facilmente, e o desencarne acontecerá sem delongas, facilitando a ação dos benfeitores espirituais.

***

O problema maior dos que partem são os que ficam.
Os familiares, não raro em desespero, cercam o leito, em ardentes orações, implorando a complacência divina.
Não conseguem encarar a separação.
Em nenhuma outra situação se evidenciam, de forma tão dramática, nossas velhas tendências egocêntricas.
Todos pensam em si, na sua perda pessoal.
Esquecem o enfermo, em quem pesam os anos e as dores, para o qual a morte será abençoada libertação.
Produzem a chamada “teia de retenção”.
Sustentam, magneticamente, com sua inconformação, o moribundo.
Não evitam a morte.
Prolongam a agonia.
O paciente, que poderia libertar-se em alguns minutos, levará horas, ou dias, em sofrimentos desnecessários.
Há exemplos variados, envolvendo pessoas ilustres. Não obstante seu valor, experimentam agonia prolongada, em face da “teia de retenção”, sustentada por milhares de beneficiários de sua generosidade. Isso porque eles não conseguem encarar com serenidade o retorno do benfeitor à vida espiritual.
Nesses casos, os “ajudadores” do Além costumam usar interessante recurso:
Promovem, com passes magnéticos, uma recuperação artificial do paciente. Melhora, recobra a lucidez, revela promissora recuperação.
Os retentores suspiram, aliviados, relaxam, vão descansar…
Os mentores espirituais aproveitam a pausa na “teia de retenção”, e em breves momentos o moribundo exala o último suspiro.
Muitos se revoltam:
– Pensávamos que Deus ouvira nossas orações! Ele nos enganou…
Certa feita, conversei com um médico, pertencente à equipe dos “anjos do asfalto”, que atende acidentados, na Via Dutra, eixo Rio-São Paulo.
Comentou que são comuns ocorrências dessa natureza. O paciente com traumatismo craniano, “mais para lá do que para cá”, resiste enquanto há familiares e amigos por perto, em correntes de oração, a vibrarem em favor de sua recuperação.
Com o passar do tempo, o pessoal vai se afastando. Ficam apenas os mais chegados. De repente, o paciente parece melhorar. Os familiares respiram, aliviados, relaxando a vigília. Então ocorre a morte.
Essa situação repete-se com tanta freqüência que o povo costuma dizer:
– Foi a melhora da morte. Melhorou para morrer!
Isso mesmo!
Melhorou para afastar familiares que estavam retardando o passageiro do Além.
Com a Doutrina Espírita aprendemos ser “ajudadores”, jamais “retentores”. Exercitamos a “incelência” ideal, que nos habilita a enfrentar com serenidade os desafios da Terra e as dúvidas do Além:
A oração e a submissão à vontade de Deus.