segunda-feira, 21 de dezembro de 2009



RESPONDENDO AO LEITOR

(Mentes do Amanhã - Ano II - Edição VI - Novembro/2009)

Pergunta feita por Susi Meire da Silva Zuffi - cidade de São Joaquim da Barra:
 
Tenho uma irmã espírita que sempre diz que todos os nossos sofrimentos são resultados de nossos comportamentos e vidas anteriores, ela fala da lei de causa e efeito. Você poderia explicar melhor? Porque as vezes me questiono se na verdade não seria castigo de Deus. Por que o bem que faço nesta vida não atenua o mal de outra? Por que tanta gente boa sofrendo?
 
Pergunta respondida por Alan Martins - cidade de Ribeirão Preto:

Congratulamos e agradecemos a amiga leitora pelo ótimo conteúdo da pergunta. As vicissitudes desta vida têm duas fontes possíveis: a vida presente ou as vidas passadas (Allan Kardec, “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, cap. V, item 4). Em outras palavras, o sofrimento das pessoas no plano terreno é conseqüência natural do caráter e das atitudes pretéritas. De acordo com a lei de causa e efeito, compreendida no contexto da pluralidade das existências, muito do que colhemos hoje foi plantado em nossas encarnações passadas. Dessa forma é que se pode melhor entender o sofrimento daqueles que consideramos boas pessoas nesta existência. Certamente, erraram em outras encarnações, expiando agora as faltas cometidas. E nesse ponto, cumpre dizer que as provas e o sofrimento não se revelam como “um castigo de Deus”. O Pai soberanamente justo e bom não poderia punir seus filhos impiedosamente. Além de ser uma decorrência de nossos próprios atos, o sofrimento é uma conseqüência puramente pedagógica. Na verdade, pela benção da reencarnação, Deus nos concede a oportunidade de aprendizagem, reforma íntima e evolução espiritual. E sob este ponto de vista, cabe indagar: será que o bem que fazemos nesta vida realmente não atenua o sofrimento decorrente dos males do passado? Quando uma pessoa boa nesta existência sofre de uma patologia incurável, mas sem risco de morte, será que não está sendo poupada de uma doença fatal e muito mais dolorida? E quando não se consegue empregos melhores, será que a pessoa não está se livrando do mal maior que seria o desemprego? Logicamente, a recíproca é verdadeira. Será que as conseqüências dos males pretéritos, não se agravam pela reincidência nesta encarnação? Em síntese, não nos lembramos das vidas passadas e não sabemos se o fardo que suportamos está mais ou menos leve do que merecíamos carregar quando reencarnamos. Mas uma coisa é certa: a lei de causa e efeito tem lógica. O que não teria lógica seria pensar em alguém, aparentemente sem faltas nesta existência, sofrendo nesta encarnação sem que tenha tido uma vida passada para se fazer devedora a ponto de passar por aquela prova.

domingo, 13 de dezembro de 2009



A FELICIDADE DE SER ESPÍRITA E A FELICIDADE DO SER ESPÍRITA


Sílvia F. Gouveia (Guará/SP)
Sonia Santos (Ituverava/SP)

Que a felicidade faz parte do espiritismo não há dúvida. Somente com a chave que o conhecimento da reencarnação nos traz, seremos capazes de entender o Sermão do Monte e suas bem-aventuranças poéticas e eternas. Jesus trouxe-as à Terra de forma sublime e imortal, mas o homem só consegue herdá-las como patrimônio íntimo a gerenciar seus sentimentos quando compreendê-las a partir da premissa da imortalidade, idas e vindas do espírito imortal.

A doutrina espírita codificou ensinamentos imortais e compreendê-los nos faz pessoas mais felizes, com fé mais robusta, com mais serenidade, sem a ansiedade da descrença e da incerteza.

Essa a felicidade de ser espírita. A felicidade de crer, de ter uma fé inabalável, “capaz de encarar a razão face a face em todas as épocas da humanidade”. Por isso mesmo a doutrina espírita é chamada “Consolador Prometido”.

Uma pessoa muito amiga de trabalho espírita nos disse: Existem três fases que a pessoa passa em relação à Doutrina Espírita: 1- Quando entramos na Doutrina Espírita, 2 – Quando a Doutrina Espírita entra em nós, e a mais sublime, 3- Quando a Doutrina sai de nós, por todos os poros em genuíno amor.

Quando entramos na Doutrina Espírita temos um big bang de suprema felicidade. É mesmo um arroubo da alma descobrirmo-nos seres imortais, fadados a felicidade e a perfeição. Quando descortinamos a luz de O Livro dos Espíritos, como o Evangelho do Senhor torna-se infinitamente mais belo...! Majestoso até, tamanha a sua abrangência e sublimidade! Tomamos posse da felicidade de ser espírita.

E então, começamos a meditar, a estudar, refletir, conhecer. Diz-nos Kardec que o estudo da Doutrina Espírita ocorre na intimidade do ser, em momentos profundos de oração e de prece. Ler, estudar para conhecer. Meditar, orar, refletir para aprender.

Essa é a fase em que a Doutrina espírita entra em nós. Já não somos mais o que éramos antes. Como diz Einstein, o sublime missionário da física quântica – “É impossível uma mente voltar a ser do tamanho que era, após conceber uma idéia”. Nós crescemos quando aprendemos. Por isso pode ocorrer de não cabermos mais no mesmo espaço que nos satisfazia antes. Após conhecer realmente Jesus é impossível continuarmos sendo as mesmas pessoas comuns de antes.

Quando a pessoa está nesta fase, a vemos pensativa, voltada para si, em orações profundas. Quieta-se por um período a exaltação de antes. É um momento de maior reflexão, vivido com seriedade e introspecção.

Algumas pessoas vieram justamente nos clamar desta fase, e este o motivo que me pôs a escrever este artigo. Dizem elas: “Parece que o que me fazia feliz antes, agora já não me satisfaz”! “Já não sou a mesma no meu grupo de amigos, parece que estou desencaixada entre eles!”, “Agora parece que estou vivendo como uma pessoa velha, já não tenho meus prazeres mais como fumar ou passar uma noite no carnaval!” E perguntávamos se em algum momento alguém do grupo as havia proibido disso ou daquilo. Respondem sempre que não. Que elas próprias passaram a não se sentir bem nestas atitudes de antes. O mundo não a satisfaz mais como antes!

É que vão percebendo a alegria de outra forma.

O Evangelho nos traz muita lucidez em suas palavras “O Homem no mundo”. Traz-nos a postura sábia de vivermos no mundo sem sermos do mundo.

O que dizer a estas pessoas que sentem esta fase, ou melhor, que vivem estes dilemas? Claro que não ocorre com todas as pessoas. A maioria atravessa sem maiores dores, e com alegria perene e constante vão sublimando-se pelo Cristo através da Doutrina Espírita. Ser feliz é a regra. Esses quadros acima embora comuns, não são regra geral. A maioria das pessoas se adaptam bem a Doutrina, sem exigir mudanças em seu grupo social, pois sabe respeitar as escolhas de cada um, mas sabe também defender o seu direito inalienável de ser o que quer ser, agir como melhor convém á sua própria consciência.

Persistindo no caminho Espírita, descobrirão a profunda felicidade do Ser espírita. O íntimo de seu coração pede uma felicidade mais coerente, mais consistente, mais real. Buscam ser felizes e descobrem que a felicidade é muito mais ampla do que a satisfação dos sentidos. Buscam e descobrem a felicidade de servir, de amar em ação, de ser luz no caminho de alguém. Descobre o que é a caridade, o que é espírito de serviço, abnegação, devoção mesmo. Descobrem o sentimento que ninguém no mundo é capaz de descrever, nem o melhor literato, e nem o melhor artista – É indescritível o que sentimos quando ajudamos alguém, quando acendemos um sorriso, quando apagamos uma lágrima, quando minimizamos uma dor, quando fazemos luz no caminho de alguém.. É quando nós sentimos extensão do amor de Deus à Terra. Percebemos que somos irmãos. E então a dor do outro é a minha dor, a alegria do outro é a minha alegria. Surge a fraternidade real. É quando a pessoa descobre o trabalho em favor do próximo.

Agora a Doutrina espírita sai pelas mãos, pelos olhos, pelos gestos, pelas palavras em atos de profundo amor e serviço pelo próximo.

A felicidade de ser espírita é imensa é radiosa, mas muito mais profunda e significativa é a felicidade do ser espírita. É quando a doutrina espírita transforma todo o seu ser. Ele vive e sente a doutrina fazendo parte de todos seus atos, escolhas e planos. Assim cumpre a Doutrina o que se propôs – tornar o homem melhor aproximando-o de Deus.

“Amar a Deus de todo o seu conhecimento, de toda a sua força, com toda a sua fé. E o próximo como a si mesmo!”

“A religião que não torna o homem melhor, ou é falsa ou foi falseada em seus princípios.”

(Mentes do Amanhã - Ano II - Edição VI - Novembro/2009)

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009



O preguiçoso

Richard Simonetti (Bauru/SP)
Era indolente por vocação.
Infenso a qualquer iniciativa, vivia miseravelmente.
Ainda que não faltassem oportunidades de melhorar de vida, logo tratava de afastar-se da “tentação”.
Para dar-lhe uma lição, no empenho por “acordá-lo”, algumas pessoas decidiram simular seu enterro, comunicando-lhe:
– Já que você não se dispõe a mexer-se, melhor que vá para debaixo da terra.
E o enfiaram num caixão e seguiram para o cemitério, sem que nosso herói reagisse, guardando a habitual indiferença.
Durante o cortejo, um transeunte perguntou quem era o “defunto”.
– É um preguiçoso que não serve para viver. Não tem onde morar, nem o que comer...
Compadecendo-se, o desconhecido ofereceu:
– Se o problema é de comida, posso ajudar. Darei um saco de arroz para sustentá-lo.
O “falecido”, que tudo ouvia, levantou a tampa do caixão:
– Em casca ou limpo?
– Em casca.
– Então, pode seguir com o enterro.
Pois é, amigo leitor, a indolência é, realmente, a “morte em vida”. O indivíduo perde a iniciativa e passa a vegetar, alheio à dinâmica da existência, sinônimo de movimento.
Fundamental que entremos em compasso, até para que não atrofiemos os músculos, perturbemos os neurônios ou comprometamos o coração, como o demonstra hoje, claramente, a ciência médica.
Raros os que não se envolvem com a ociosidade, em alguma fase da vida, exprimindo tendências bem típicas do estágio evolutivo em que se situa a humanidade.
A própria encarnação, o vestir do escafandro de carne para o mergulho na matéria densa, é um dos recursos usados por Deus para fazer com que o Espírito mexa-se.
Submetidos a um corpo que deve ser sustentado e protegido, sob a égide do instinto de conservação, vemo-nos na contingência de “dar duro”, para atender às suas necessidades.
Se permanecêssemos indefinidamente no mundo espiritual, onde ninguém morre de fome ou frio e se sobrevive sem abrigo, tenderíamos a estacionar.
Essa necessidade está bem definida na fantasia bíblica, quando Jeová diz a Adão que deveria ganhar o pão de cada dia com o suor do rosto.
Abençoado suor, que nos liberta da inércia.



***



Uma fase crítica, nesse particular, diz respeito à chamada terceira idade, depois dos cinqüenta, no outono da existência.
Não raro, situação financeira estável, garantido o sustento diário pelos proventos de aposentadoria, as pessoas entendem que podem desfrutar as benesses da ociosidade.
Lembrando a história que abriu estes comentários, podemos afirmar que num estágio dessa natureza, quando perdemos a disposição de aprender, de produzir para a sociedade, de crescer em conhecimento, de lutar contra as imperfeições, só servimos mesmo para… morrer.
Imagino que Deus nos dá tempo limitado na Terra, justamente porque há uma tendência para nos acomodarmos, caindo num marca-passo espiritual.
Aprendemos com a Doutrina Espírita que não há retrocesso. Ninguém retrograda nos caminhos da evolução, mas raros fogem ao estacionamento, a partir de determinada idade, acomodando-se às próprias mazelas.
Então, vem a morte, um choque evolutivo de alta voltagem, a agitar nossa alma.
Somos projetados no mundo espiritual, onde se faz a aferição da jornada humana, com a avaliação de méritos e deméritos a determinarem em que região estagiaremos e a natureza das novas experiências, sempre objetivando nosso crescimento.
Com o tempo, tendemos a nos acomodar.
Vem o choque reencarnatório.
Mais alguns decênios, novo acomodamento.
Vem o choque desencarnatório.
Assim, de choque em choque, habilitamo-nos superar a tendência ao dulce far niente, para assumirmos as responsabilidades de filhos de Deus, chamados a colaborar com o Nosso Pai na obra da Criação.

(Mentes do Amanhã - Ano II - Edição VI - Novembro/2009)

domingo, 6 de dezembro de 2009



Homenagem do Mês


HERCULANO PIRES


UM DOS MAIS IMPORTANTES E RESPEITADOS DIVULGADORES DA DOUTRINA ESPÍRITA, SEMPRE DEFENDEU A FIDELIDADE A CODIFICAÇÃO DE KARDEC


Difícil definir em poucas linhas todos os papéis desempenhados por Herculano Pires. Em seus 65 anos de vida, foi jornalista, professor de filosofia, escritor, crítico literário, poeta e um fiel divulgador da doutrina espírita.


Nasceu na cidade de Avaré, interior do estado de São Paulo, em 25 de setembro de 1914, filho do farmacêutico José Pires Correia e da pianista Bonina Amaral Simonetti Pires. Casou-se em dezembro de 1938 com Maria Virginia Ferraz Pires, evangelizadora infantil do centro onde realizou sua primeira conferência espírita. Tiveram quatro filhos: Herculano Ferraz Pires, Helena Pires Bolonetti, Heloísa Ferraz Pires e Helenilda Ferraz Pires de Castro. Mudou-se para Marília em 1940, onde adquiriu o jornal Diário Paulista, órgão que dirigiu durante seis anos. Em 1946 veio morar em São Paulo Sua trajetória foi vasta em cargos de destaque e atividades ligadas à literatura. Colaborou em diversos jornais e revistas do Rio de Janeiro e São Paulo, publicou oitenta livros de filosofia, ensaios, histórias, psicologia, pedagogia, parapsicologia, romances e espiritismo, diversos desses em parceria com Chico Xavier.


MESTRE EM FILOSOFIA 


Herculano Pires se graduou em filosofia pela USP no ano de 1958, e tempos depois, tornou-se mestre em filosofia da educação na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Araraquara e membro titular do Instituto Brasileiro de Filosofia. Não parou por aí, foi presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo, fundador do Clube dos Jornalistas Espíritas e presidente do Instituto Paulista de Parapsicologia de São Paulo.


Além de sua importante contribuição para a vida acadêmica e cultural do país, não poupou esforços também na divulgação da doutrina espírita, desde que tornou-se espírita, aos 22 anos de idade. Traduziu cuidadosamente as obras da Codificação de Kardec, traduções doadas à diversas editoras espíritas no Brasil, Portugal, Argentina e Espanha.


"A PUREZA DAS INTENÇÕES DOS MÉDIUNS E COORDENADORES DAS REUNIÕES DESOBSESSIVAS É A ÚNICA POSSÍVEL GARANTIA DA EFICÁCIA DA ORIENTAÇÃO MEDIÚNICA"


Publicou muitas obras de peso, sempre seguindo uma linha de pensamento racional, entra elas; O Espirito e o Tempo, Agonia das Religiões, Curso Dinâmico de Espiritismo (O Grande Desconhecido), Pedagogia Espírita e Mediunidade - Vida e Comunicação, Barrabás, que recebeu um prêmio do Departamento Municipal de Cultura de São Paulo, constituindo o primeiro volume da Trilogia Caminhos do Espírito. Publicou em 1975, Lázaro e com o romance Madalena concluiu a Trilogia. Desencarnou aos sessenta e cinco anos, no dia nove de março de 1979, devido a um enfarto fulminante. Segundo relato de seu filho Herculano Ferraz Pires, nesse dia ocorreu um fato muito interessante. "Estavam realizando uma reunião mediúnica, na garagem de nossa casa, e embora sua morte ainda não tivesse sido confirmada pelos médicos, pois ele havia dado entrada no pronto socorro de um hospital, um médium ainda em treinamento recebeu uma mensagem psicografada de dois Espíritos. O primeiro anunciava a chegada de Herculano Pires no mundo espiritual e a outra de sua própria autoria, escrevendo para seus familiares e amigos".


Antes de sua partida, Herculano deixou vários originais escritos, os quais vêm sendo publicados pela Editora Paidéia, dirigida atualmente pela família. Herculano Ferraz Pires relata como foi a trajetória de vida de Herculano Pires, um dos jornalistas e divulgadores da doutrina espírita mais respeitados do Brasil. "A vida ao lado de meu pai foi repleta de momentos marcantes, difícil destacar um em especial. Quem teve oportunidade de conviver com ele, sabe que era um espírito que transmitia calma e confiança no futuro".


COMO ERA A SUA PERSONALIDADE?


Tinha um belo senso de humor, a certeza de que o nosso verdadeiro mundo é o espiritual e que estamos apenas de passagem pela Terra para nos aperfeiçoarmos. Sempre nos lembrava que a lei da reencarnação nos mostra o quanto seríamos ignorantes ao criarmos qualquer tipo de preconceito, pois sabemos que a cada instante de nossa existência eterna estamos ocupando uma posição diferente, em uma nova encarnação, na sociedade dos homens. Herculano Pires, como dizia Chico Xavier, foi quem mais se aprofundou e compreendeu a obra de Kardec. Faz parte dos espíritas que mais se preocuparam com a divulgação da doutrina, sem permitir que novidades, sem nenhum critério científico, fossem consideradas pertencentes a ela. Ele sempre deixou bem claro que, se acreditamos nas verdades espíritas não podemos nos omitir quando encontramos situações que possam provocar distorções na obra de Kardec. Foi o que podemos chamar de "homem múltiplo". Fiilósofo, educador, jornalista, escritor, parapsícólogo, romancista, poeta, e fiel tradutor de Allan Kardec. Sua inteligência superior iluminada pelo espiritismo e aliada a uma cultura humanística, brilhou com grande magnitude. As dezenas de livros doutrinários que escreveu, inclusive em parceria com Chico Xavier, são fundamentais para o perfeito conhecimento do espiritismo, e, devo acrescentar, alguns de seus romances são autênticas obras-primas.


PARA HERCULANO, O QUE SIGNIFICAVA SER ESPÍRITA?


Disse ele em entrevista concedida ao Diário de São Paulo, em junho de 1952: “É sempre transformar os princípios doutrinários em norma viva de conduta, para todos os instantes de nossa curta existência na Terra. Praticar o espiritismo não apenas no recinto dos centros ou no convívio dos confrades, mas em toda parte em que nos encontremos na rua, no trabalho, no lar, na solidão dos próprios pensamentos”.


FONTE DE PESQUISA - Revista Cristã de Espiritismo - Érika Silveira

(Mentes do Amanhã - Ano II - Edição VI - Novembro/2009)



quinta-feira, 3 de dezembro de 2009



UNIFICAÇÃO

Sílvia Mara da Silva (Ipuã/SP)

O processo evolutivo leva a humanidade pelo caminho da unificação.

Unificar, segundo o dicionário Aurélio é reunir em um só todo ou em um só corpo; tornar-se uno; fazer convergir para um só fim. Jesus expressa este pensamento de unificação em uma parábola “Permanecei em mim e eu permanecerei em vós; como não pode o ramo produzir frutos de si mesmo, se não permanecer na videira assim nem vós o podeis dar se não permanecerdes em mim”.

A autoridade do Espiritismo para pregar a união e a unificação decorre da sua tradição de paz e fraternidade, pois que não guarda em sua história, as marcas do fanatismo, nem as dos planos evolutivos que leva à eliminação do personalismo individual e do grupo. Esta autoridade conduz o homem à compreensão racional do pensamento do Cristo, mostrando-lhe que o amor, a justiça e a caridade sintetizam a Lei do Evangelho.

Um dos maiores obstáculos capazes de retardar a propagação da Doutrina seria a falta de unidade. O único meio de evitá-la, senão quanto ao presente, pelo menos quanto ao futuro, é formulá-la em todos as suas partes e até mesmo nos mínimos detalhes com toda precisão e clareza, que se torne impossível qualquer interpretação divergente.

O movimento espírita visa colocar a Doutrina Espírita ao alcance e a serviço da humanidade, através do estudo, de sua prática e da sua divulgação. Cabe aos homens que aceitam os princípios do Espiritismo e se disponham a colaborar na sua difusão, executar a parte humana da tarefa, sob a inspiração e orientação dos Espíritos Superiores. O trabalho de unificação do movimento espírita e de união das sociedades é o meio que tem como objetivo fortalecer e facilitar a ação do movimento Espírita. Segundo Bezerra, a unificação deve ser urgenciada com a união de esforços, mas sem pressa, porquanto, não nos compete violentar consciência alguma. Deve ressaltar a configuração tríplice da doutrina espírita, contemplando os trabalhadores com a oportunidade da realização de nobres e dignas tarefas, cada qual na área em que se afeiçoar, mantendo intactas as bases Kardequianas, deve estabelecer as idéias do Espiritismo como restauradora do Cristianismo, e forma de libertação das consciências, deve ter no exemplo a força dinamizadora de edificação da mensagem espírita, deve ter o Espiritismo como Doutrina de instrução integral do homem, pugnando pelo respeito às criaturas, apreço às autoridades, sobre as verdades dos espíritos.

Meus amigos, tudo caminha para a união de pensamentos e propósitos, tudo marcha no sentido da unificação das instituições em organismos mais abrangentes, que harmonizem os interesses em conflito e promovam a confraternização geral. O espiritismo não poderia ser diferente como terceira revelação, ele é a síntese do pensamento do Cristo e, portanto, o instrumento de renovação da humanidade. Daí o imperativo da união dos espíritas e da unificação dos Centros e Sociedades que compõem o movimento Espírita.

Fontes bibliográficas

Estudo U.S.E – I São Joaquim da Barra 1998

O Centro Espírita - Herculando Pires

O Nosso Centro Espírita - Wilson Garcia

Como Administrar Melhor o Centro Espírita - Ivan René Franzolin

(Mentes do Amanhã - Ano II - Edição VI - Novembro/2009)

terça-feira, 1 de dezembro de 2009



Eficácia da Prece


Alan Martins (Ribeirão Preto/SP)

Louvar para agradecer,
Agradecer para reconhecer,
Pedir para obter.


Orar ilumina,
Ao Espírito anima,
Do Alto aproxima,
Te liga a Deus,
Que abençoa os seus,
Ameniza um Adeus.


Quem faz uma prece,
A si fortalece
E agruras arrefece.


Rezar com emoção
E sincera devoção,
Espanta a aflição,
Nos dá inspiração,
Proteção
E paz no coração.


A oração conforta
E fecha a porta
da estrada torta.


Mas para as dádivas receber
E o resultado aparecer,
Há de se corresponder,
O bem praticar,
Ao próximo amar,
Ao ofensor perdoar.

(Mentes do Amanhã - Ano II - Edição VI - Novembro/2009)