segunda-feira, 21 de dezembro de 2009



RESPONDENDO AO LEITOR

(Mentes do Amanhã - Ano II - Edição VI - Novembro/2009)

Pergunta feita por Susi Meire da Silva Zuffi - cidade de São Joaquim da Barra:
 
Tenho uma irmã espírita que sempre diz que todos os nossos sofrimentos são resultados de nossos comportamentos e vidas anteriores, ela fala da lei de causa e efeito. Você poderia explicar melhor? Porque as vezes me questiono se na verdade não seria castigo de Deus. Por que o bem que faço nesta vida não atenua o mal de outra? Por que tanta gente boa sofrendo?
 
Pergunta respondida por Alan Martins - cidade de Ribeirão Preto:

Congratulamos e agradecemos a amiga leitora pelo ótimo conteúdo da pergunta. As vicissitudes desta vida têm duas fontes possíveis: a vida presente ou as vidas passadas (Allan Kardec, “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, cap. V, item 4). Em outras palavras, o sofrimento das pessoas no plano terreno é conseqüência natural do caráter e das atitudes pretéritas. De acordo com a lei de causa e efeito, compreendida no contexto da pluralidade das existências, muito do que colhemos hoje foi plantado em nossas encarnações passadas. Dessa forma é que se pode melhor entender o sofrimento daqueles que consideramos boas pessoas nesta existência. Certamente, erraram em outras encarnações, expiando agora as faltas cometidas. E nesse ponto, cumpre dizer que as provas e o sofrimento não se revelam como “um castigo de Deus”. O Pai soberanamente justo e bom não poderia punir seus filhos impiedosamente. Além de ser uma decorrência de nossos próprios atos, o sofrimento é uma conseqüência puramente pedagógica. Na verdade, pela benção da reencarnação, Deus nos concede a oportunidade de aprendizagem, reforma íntima e evolução espiritual. E sob este ponto de vista, cabe indagar: será que o bem que fazemos nesta vida realmente não atenua o sofrimento decorrente dos males do passado? Quando uma pessoa boa nesta existência sofre de uma patologia incurável, mas sem risco de morte, será que não está sendo poupada de uma doença fatal e muito mais dolorida? E quando não se consegue empregos melhores, será que a pessoa não está se livrando do mal maior que seria o desemprego? Logicamente, a recíproca é verdadeira. Será que as conseqüências dos males pretéritos, não se agravam pela reincidência nesta encarnação? Em síntese, não nos lembramos das vidas passadas e não sabemos se o fardo que suportamos está mais ou menos leve do que merecíamos carregar quando reencarnamos. Mas uma coisa é certa: a lei de causa e efeito tem lógica. O que não teria lógica seria pensar em alguém, aparentemente sem faltas nesta existência, sofrendo nesta encarnação sem que tenha tido uma vida passada para se fazer devedora a ponto de passar por aquela prova.

domingo, 13 de dezembro de 2009



A FELICIDADE DE SER ESPÍRITA E A FELICIDADE DO SER ESPÍRITA


Sílvia F. Gouveia (Guará/SP)
Sonia Santos (Ituverava/SP)

Que a felicidade faz parte do espiritismo não há dúvida. Somente com a chave que o conhecimento da reencarnação nos traz, seremos capazes de entender o Sermão do Monte e suas bem-aventuranças poéticas e eternas. Jesus trouxe-as à Terra de forma sublime e imortal, mas o homem só consegue herdá-las como patrimônio íntimo a gerenciar seus sentimentos quando compreendê-las a partir da premissa da imortalidade, idas e vindas do espírito imortal.

A doutrina espírita codificou ensinamentos imortais e compreendê-los nos faz pessoas mais felizes, com fé mais robusta, com mais serenidade, sem a ansiedade da descrença e da incerteza.

Essa a felicidade de ser espírita. A felicidade de crer, de ter uma fé inabalável, “capaz de encarar a razão face a face em todas as épocas da humanidade”. Por isso mesmo a doutrina espírita é chamada “Consolador Prometido”.

Uma pessoa muito amiga de trabalho espírita nos disse: Existem três fases que a pessoa passa em relação à Doutrina Espírita: 1- Quando entramos na Doutrina Espírita, 2 – Quando a Doutrina Espírita entra em nós, e a mais sublime, 3- Quando a Doutrina sai de nós, por todos os poros em genuíno amor.

Quando entramos na Doutrina Espírita temos um big bang de suprema felicidade. É mesmo um arroubo da alma descobrirmo-nos seres imortais, fadados a felicidade e a perfeição. Quando descortinamos a luz de O Livro dos Espíritos, como o Evangelho do Senhor torna-se infinitamente mais belo...! Majestoso até, tamanha a sua abrangência e sublimidade! Tomamos posse da felicidade de ser espírita.

E então, começamos a meditar, a estudar, refletir, conhecer. Diz-nos Kardec que o estudo da Doutrina Espírita ocorre na intimidade do ser, em momentos profundos de oração e de prece. Ler, estudar para conhecer. Meditar, orar, refletir para aprender.

Essa é a fase em que a Doutrina espírita entra em nós. Já não somos mais o que éramos antes. Como diz Einstein, o sublime missionário da física quântica – “É impossível uma mente voltar a ser do tamanho que era, após conceber uma idéia”. Nós crescemos quando aprendemos. Por isso pode ocorrer de não cabermos mais no mesmo espaço que nos satisfazia antes. Após conhecer realmente Jesus é impossível continuarmos sendo as mesmas pessoas comuns de antes.

Quando a pessoa está nesta fase, a vemos pensativa, voltada para si, em orações profundas. Quieta-se por um período a exaltação de antes. É um momento de maior reflexão, vivido com seriedade e introspecção.

Algumas pessoas vieram justamente nos clamar desta fase, e este o motivo que me pôs a escrever este artigo. Dizem elas: “Parece que o que me fazia feliz antes, agora já não me satisfaz”! “Já não sou a mesma no meu grupo de amigos, parece que estou desencaixada entre eles!”, “Agora parece que estou vivendo como uma pessoa velha, já não tenho meus prazeres mais como fumar ou passar uma noite no carnaval!” E perguntávamos se em algum momento alguém do grupo as havia proibido disso ou daquilo. Respondem sempre que não. Que elas próprias passaram a não se sentir bem nestas atitudes de antes. O mundo não a satisfaz mais como antes!

É que vão percebendo a alegria de outra forma.

O Evangelho nos traz muita lucidez em suas palavras “O Homem no mundo”. Traz-nos a postura sábia de vivermos no mundo sem sermos do mundo.

O que dizer a estas pessoas que sentem esta fase, ou melhor, que vivem estes dilemas? Claro que não ocorre com todas as pessoas. A maioria atravessa sem maiores dores, e com alegria perene e constante vão sublimando-se pelo Cristo através da Doutrina Espírita. Ser feliz é a regra. Esses quadros acima embora comuns, não são regra geral. A maioria das pessoas se adaptam bem a Doutrina, sem exigir mudanças em seu grupo social, pois sabe respeitar as escolhas de cada um, mas sabe também defender o seu direito inalienável de ser o que quer ser, agir como melhor convém á sua própria consciência.

Persistindo no caminho Espírita, descobrirão a profunda felicidade do Ser espírita. O íntimo de seu coração pede uma felicidade mais coerente, mais consistente, mais real. Buscam ser felizes e descobrem que a felicidade é muito mais ampla do que a satisfação dos sentidos. Buscam e descobrem a felicidade de servir, de amar em ação, de ser luz no caminho de alguém. Descobre o que é a caridade, o que é espírito de serviço, abnegação, devoção mesmo. Descobrem o sentimento que ninguém no mundo é capaz de descrever, nem o melhor literato, e nem o melhor artista – É indescritível o que sentimos quando ajudamos alguém, quando acendemos um sorriso, quando apagamos uma lágrima, quando minimizamos uma dor, quando fazemos luz no caminho de alguém.. É quando nós sentimos extensão do amor de Deus à Terra. Percebemos que somos irmãos. E então a dor do outro é a minha dor, a alegria do outro é a minha alegria. Surge a fraternidade real. É quando a pessoa descobre o trabalho em favor do próximo.

Agora a Doutrina espírita sai pelas mãos, pelos olhos, pelos gestos, pelas palavras em atos de profundo amor e serviço pelo próximo.

A felicidade de ser espírita é imensa é radiosa, mas muito mais profunda e significativa é a felicidade do ser espírita. É quando a doutrina espírita transforma todo o seu ser. Ele vive e sente a doutrina fazendo parte de todos seus atos, escolhas e planos. Assim cumpre a Doutrina o que se propôs – tornar o homem melhor aproximando-o de Deus.

“Amar a Deus de todo o seu conhecimento, de toda a sua força, com toda a sua fé. E o próximo como a si mesmo!”

“A religião que não torna o homem melhor, ou é falsa ou foi falseada em seus princípios.”

(Mentes do Amanhã - Ano II - Edição VI - Novembro/2009)

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009



O preguiçoso

Richard Simonetti (Bauru/SP)
Era indolente por vocação.
Infenso a qualquer iniciativa, vivia miseravelmente.
Ainda que não faltassem oportunidades de melhorar de vida, logo tratava de afastar-se da “tentação”.
Para dar-lhe uma lição, no empenho por “acordá-lo”, algumas pessoas decidiram simular seu enterro, comunicando-lhe:
– Já que você não se dispõe a mexer-se, melhor que vá para debaixo da terra.
E o enfiaram num caixão e seguiram para o cemitério, sem que nosso herói reagisse, guardando a habitual indiferença.
Durante o cortejo, um transeunte perguntou quem era o “defunto”.
– É um preguiçoso que não serve para viver. Não tem onde morar, nem o que comer...
Compadecendo-se, o desconhecido ofereceu:
– Se o problema é de comida, posso ajudar. Darei um saco de arroz para sustentá-lo.
O “falecido”, que tudo ouvia, levantou a tampa do caixão:
– Em casca ou limpo?
– Em casca.
– Então, pode seguir com o enterro.
Pois é, amigo leitor, a indolência é, realmente, a “morte em vida”. O indivíduo perde a iniciativa e passa a vegetar, alheio à dinâmica da existência, sinônimo de movimento.
Fundamental que entremos em compasso, até para que não atrofiemos os músculos, perturbemos os neurônios ou comprometamos o coração, como o demonstra hoje, claramente, a ciência médica.
Raros os que não se envolvem com a ociosidade, em alguma fase da vida, exprimindo tendências bem típicas do estágio evolutivo em que se situa a humanidade.
A própria encarnação, o vestir do escafandro de carne para o mergulho na matéria densa, é um dos recursos usados por Deus para fazer com que o Espírito mexa-se.
Submetidos a um corpo que deve ser sustentado e protegido, sob a égide do instinto de conservação, vemo-nos na contingência de “dar duro”, para atender às suas necessidades.
Se permanecêssemos indefinidamente no mundo espiritual, onde ninguém morre de fome ou frio e se sobrevive sem abrigo, tenderíamos a estacionar.
Essa necessidade está bem definida na fantasia bíblica, quando Jeová diz a Adão que deveria ganhar o pão de cada dia com o suor do rosto.
Abençoado suor, que nos liberta da inércia.



***



Uma fase crítica, nesse particular, diz respeito à chamada terceira idade, depois dos cinqüenta, no outono da existência.
Não raro, situação financeira estável, garantido o sustento diário pelos proventos de aposentadoria, as pessoas entendem que podem desfrutar as benesses da ociosidade.
Lembrando a história que abriu estes comentários, podemos afirmar que num estágio dessa natureza, quando perdemos a disposição de aprender, de produzir para a sociedade, de crescer em conhecimento, de lutar contra as imperfeições, só servimos mesmo para… morrer.
Imagino que Deus nos dá tempo limitado na Terra, justamente porque há uma tendência para nos acomodarmos, caindo num marca-passo espiritual.
Aprendemos com a Doutrina Espírita que não há retrocesso. Ninguém retrograda nos caminhos da evolução, mas raros fogem ao estacionamento, a partir de determinada idade, acomodando-se às próprias mazelas.
Então, vem a morte, um choque evolutivo de alta voltagem, a agitar nossa alma.
Somos projetados no mundo espiritual, onde se faz a aferição da jornada humana, com a avaliação de méritos e deméritos a determinarem em que região estagiaremos e a natureza das novas experiências, sempre objetivando nosso crescimento.
Com o tempo, tendemos a nos acomodar.
Vem o choque reencarnatório.
Mais alguns decênios, novo acomodamento.
Vem o choque desencarnatório.
Assim, de choque em choque, habilitamo-nos superar a tendência ao dulce far niente, para assumirmos as responsabilidades de filhos de Deus, chamados a colaborar com o Nosso Pai na obra da Criação.

(Mentes do Amanhã - Ano II - Edição VI - Novembro/2009)

domingo, 6 de dezembro de 2009



Homenagem do Mês


HERCULANO PIRES


UM DOS MAIS IMPORTANTES E RESPEITADOS DIVULGADORES DA DOUTRINA ESPÍRITA, SEMPRE DEFENDEU A FIDELIDADE A CODIFICAÇÃO DE KARDEC


Difícil definir em poucas linhas todos os papéis desempenhados por Herculano Pires. Em seus 65 anos de vida, foi jornalista, professor de filosofia, escritor, crítico literário, poeta e um fiel divulgador da doutrina espírita.


Nasceu na cidade de Avaré, interior do estado de São Paulo, em 25 de setembro de 1914, filho do farmacêutico José Pires Correia e da pianista Bonina Amaral Simonetti Pires. Casou-se em dezembro de 1938 com Maria Virginia Ferraz Pires, evangelizadora infantil do centro onde realizou sua primeira conferência espírita. Tiveram quatro filhos: Herculano Ferraz Pires, Helena Pires Bolonetti, Heloísa Ferraz Pires e Helenilda Ferraz Pires de Castro. Mudou-se para Marília em 1940, onde adquiriu o jornal Diário Paulista, órgão que dirigiu durante seis anos. Em 1946 veio morar em São Paulo Sua trajetória foi vasta em cargos de destaque e atividades ligadas à literatura. Colaborou em diversos jornais e revistas do Rio de Janeiro e São Paulo, publicou oitenta livros de filosofia, ensaios, histórias, psicologia, pedagogia, parapsicologia, romances e espiritismo, diversos desses em parceria com Chico Xavier.


MESTRE EM FILOSOFIA 


Herculano Pires se graduou em filosofia pela USP no ano de 1958, e tempos depois, tornou-se mestre em filosofia da educação na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Araraquara e membro titular do Instituto Brasileiro de Filosofia. Não parou por aí, foi presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo, fundador do Clube dos Jornalistas Espíritas e presidente do Instituto Paulista de Parapsicologia de São Paulo.


Além de sua importante contribuição para a vida acadêmica e cultural do país, não poupou esforços também na divulgação da doutrina espírita, desde que tornou-se espírita, aos 22 anos de idade. Traduziu cuidadosamente as obras da Codificação de Kardec, traduções doadas à diversas editoras espíritas no Brasil, Portugal, Argentina e Espanha.


"A PUREZA DAS INTENÇÕES DOS MÉDIUNS E COORDENADORES DAS REUNIÕES DESOBSESSIVAS É A ÚNICA POSSÍVEL GARANTIA DA EFICÁCIA DA ORIENTAÇÃO MEDIÚNICA"


Publicou muitas obras de peso, sempre seguindo uma linha de pensamento racional, entra elas; O Espirito e o Tempo, Agonia das Religiões, Curso Dinâmico de Espiritismo (O Grande Desconhecido), Pedagogia Espírita e Mediunidade - Vida e Comunicação, Barrabás, que recebeu um prêmio do Departamento Municipal de Cultura de São Paulo, constituindo o primeiro volume da Trilogia Caminhos do Espírito. Publicou em 1975, Lázaro e com o romance Madalena concluiu a Trilogia. Desencarnou aos sessenta e cinco anos, no dia nove de março de 1979, devido a um enfarto fulminante. Segundo relato de seu filho Herculano Ferraz Pires, nesse dia ocorreu um fato muito interessante. "Estavam realizando uma reunião mediúnica, na garagem de nossa casa, e embora sua morte ainda não tivesse sido confirmada pelos médicos, pois ele havia dado entrada no pronto socorro de um hospital, um médium ainda em treinamento recebeu uma mensagem psicografada de dois Espíritos. O primeiro anunciava a chegada de Herculano Pires no mundo espiritual e a outra de sua própria autoria, escrevendo para seus familiares e amigos".


Antes de sua partida, Herculano deixou vários originais escritos, os quais vêm sendo publicados pela Editora Paidéia, dirigida atualmente pela família. Herculano Ferraz Pires relata como foi a trajetória de vida de Herculano Pires, um dos jornalistas e divulgadores da doutrina espírita mais respeitados do Brasil. "A vida ao lado de meu pai foi repleta de momentos marcantes, difícil destacar um em especial. Quem teve oportunidade de conviver com ele, sabe que era um espírito que transmitia calma e confiança no futuro".


COMO ERA A SUA PERSONALIDADE?


Tinha um belo senso de humor, a certeza de que o nosso verdadeiro mundo é o espiritual e que estamos apenas de passagem pela Terra para nos aperfeiçoarmos. Sempre nos lembrava que a lei da reencarnação nos mostra o quanto seríamos ignorantes ao criarmos qualquer tipo de preconceito, pois sabemos que a cada instante de nossa existência eterna estamos ocupando uma posição diferente, em uma nova encarnação, na sociedade dos homens. Herculano Pires, como dizia Chico Xavier, foi quem mais se aprofundou e compreendeu a obra de Kardec. Faz parte dos espíritas que mais se preocuparam com a divulgação da doutrina, sem permitir que novidades, sem nenhum critério científico, fossem consideradas pertencentes a ela. Ele sempre deixou bem claro que, se acreditamos nas verdades espíritas não podemos nos omitir quando encontramos situações que possam provocar distorções na obra de Kardec. Foi o que podemos chamar de "homem múltiplo". Fiilósofo, educador, jornalista, escritor, parapsícólogo, romancista, poeta, e fiel tradutor de Allan Kardec. Sua inteligência superior iluminada pelo espiritismo e aliada a uma cultura humanística, brilhou com grande magnitude. As dezenas de livros doutrinários que escreveu, inclusive em parceria com Chico Xavier, são fundamentais para o perfeito conhecimento do espiritismo, e, devo acrescentar, alguns de seus romances são autênticas obras-primas.


PARA HERCULANO, O QUE SIGNIFICAVA SER ESPÍRITA?


Disse ele em entrevista concedida ao Diário de São Paulo, em junho de 1952: “É sempre transformar os princípios doutrinários em norma viva de conduta, para todos os instantes de nossa curta existência na Terra. Praticar o espiritismo não apenas no recinto dos centros ou no convívio dos confrades, mas em toda parte em que nos encontremos na rua, no trabalho, no lar, na solidão dos próprios pensamentos”.


FONTE DE PESQUISA - Revista Cristã de Espiritismo - Érika Silveira

(Mentes do Amanhã - Ano II - Edição VI - Novembro/2009)



quinta-feira, 3 de dezembro de 2009



UNIFICAÇÃO

Sílvia Mara da Silva (Ipuã/SP)

O processo evolutivo leva a humanidade pelo caminho da unificação.

Unificar, segundo o dicionário Aurélio é reunir em um só todo ou em um só corpo; tornar-se uno; fazer convergir para um só fim. Jesus expressa este pensamento de unificação em uma parábola “Permanecei em mim e eu permanecerei em vós; como não pode o ramo produzir frutos de si mesmo, se não permanecer na videira assim nem vós o podeis dar se não permanecerdes em mim”.

A autoridade do Espiritismo para pregar a união e a unificação decorre da sua tradição de paz e fraternidade, pois que não guarda em sua história, as marcas do fanatismo, nem as dos planos evolutivos que leva à eliminação do personalismo individual e do grupo. Esta autoridade conduz o homem à compreensão racional do pensamento do Cristo, mostrando-lhe que o amor, a justiça e a caridade sintetizam a Lei do Evangelho.

Um dos maiores obstáculos capazes de retardar a propagação da Doutrina seria a falta de unidade. O único meio de evitá-la, senão quanto ao presente, pelo menos quanto ao futuro, é formulá-la em todos as suas partes e até mesmo nos mínimos detalhes com toda precisão e clareza, que se torne impossível qualquer interpretação divergente.

O movimento espírita visa colocar a Doutrina Espírita ao alcance e a serviço da humanidade, através do estudo, de sua prática e da sua divulgação. Cabe aos homens que aceitam os princípios do Espiritismo e se disponham a colaborar na sua difusão, executar a parte humana da tarefa, sob a inspiração e orientação dos Espíritos Superiores. O trabalho de unificação do movimento espírita e de união das sociedades é o meio que tem como objetivo fortalecer e facilitar a ação do movimento Espírita. Segundo Bezerra, a unificação deve ser urgenciada com a união de esforços, mas sem pressa, porquanto, não nos compete violentar consciência alguma. Deve ressaltar a configuração tríplice da doutrina espírita, contemplando os trabalhadores com a oportunidade da realização de nobres e dignas tarefas, cada qual na área em que se afeiçoar, mantendo intactas as bases Kardequianas, deve estabelecer as idéias do Espiritismo como restauradora do Cristianismo, e forma de libertação das consciências, deve ter no exemplo a força dinamizadora de edificação da mensagem espírita, deve ter o Espiritismo como Doutrina de instrução integral do homem, pugnando pelo respeito às criaturas, apreço às autoridades, sobre as verdades dos espíritos.

Meus amigos, tudo caminha para a união de pensamentos e propósitos, tudo marcha no sentido da unificação das instituições em organismos mais abrangentes, que harmonizem os interesses em conflito e promovam a confraternização geral. O espiritismo não poderia ser diferente como terceira revelação, ele é a síntese do pensamento do Cristo e, portanto, o instrumento de renovação da humanidade. Daí o imperativo da união dos espíritas e da unificação dos Centros e Sociedades que compõem o movimento Espírita.

Fontes bibliográficas

Estudo U.S.E – I São Joaquim da Barra 1998

O Centro Espírita - Herculando Pires

O Nosso Centro Espírita - Wilson Garcia

Como Administrar Melhor o Centro Espírita - Ivan René Franzolin

(Mentes do Amanhã - Ano II - Edição VI - Novembro/2009)

terça-feira, 1 de dezembro de 2009



Eficácia da Prece


Alan Martins (Ribeirão Preto/SP)

Louvar para agradecer,
Agradecer para reconhecer,
Pedir para obter.


Orar ilumina,
Ao Espírito anima,
Do Alto aproxima,
Te liga a Deus,
Que abençoa os seus,
Ameniza um Adeus.


Quem faz uma prece,
A si fortalece
E agruras arrefece.


Rezar com emoção
E sincera devoção,
Espanta a aflição,
Nos dá inspiração,
Proteção
E paz no coração.


A oração conforta
E fecha a porta
da estrada torta.


Mas para as dádivas receber
E o resultado aparecer,
Há de se corresponder,
O bem praticar,
Ao próximo amar,
Ao ofensor perdoar.

(Mentes do Amanhã - Ano II - Edição VI - Novembro/2009)

sábado, 28 de novembro de 2009


CONVIVÊNCIA
Paulo Cesar Scanavez (São Carlos/SP)


Não há vivências. Existem convivências. Necessitamos não só do próximo como de toda humanidade, pois só assim temos como desenvolver nossa condição humana. O Professor Herculano Pires apropriadamente lembra que antes do ser humano desejar a condição de espírito superior, faz-se necessário realizar-se como ser humano. Essa condição se implementa através da evolução que se concretiza pelo mérito, isto é, pelo esforço pessoal, perseverança, abnegação e devotamento. A maturidade espiritual não se atinge aos 18 anos de idade como previsto, dentre outras hipóteses, para se atingir a maioridade civil. Reclama muito mais do indivíduo: enfrentamento do dia a dia, desenvolvimento da capacidade de lidar com as frustrações, promover o bem pelo prazer de fazê-lo, reconstruir-se a cada momento pelo pensamento (raiz da estagnação ou da evolução), e com isso aprimorar-se na desafiadora arte de conviver.

Podemos construir uma estrada de difícil trânsito (esburacada, desalinhada, sem acostamento, sem sinalização etc) que acaba se constituindo em insuperável obstáculo para melhor conviver. O grande prejudicado será esse péssimo ou negligente construtor.

Convivência salutar, afetiva, assentada na transparência, lealdade, sinceridade, desdobra-se como uma rodovia larga, comprida, sinalizada, pavimentada, sem surpresas, e com isso demonstra alteridade que é a aceitação do outro como outro e não como um forasteiro ou estranho. A escolha é de cada um. Conviver é uma grande arte e auxilia o espírito em sua caminhada na busca de sua perfeição. A cada passo devemos adicionar as pitadas de valores espirituais.

O crescimento do ser humano passa necessariamente pelo exercício do bem que constrói a verdadeira cidadania. A dignidade da criatura humana, enfatizada no inciso III do art. 1º da Constituição Federal, desenvolve-se à medida que a criatura concorre para as mudanças positivas em qualquer setor de sua atuação.

A doutrina espírita enxerga evolução como resultado do esforço, do suor, da busca incessante do bem. Não é doutrina para acomodados. Dirige-se a todos para acordá-los de seu sono letárgico. A proposta é de despertamento de consciência para podermos retirar a trave de nossos olhos e melhor enxergarmos os reais objetivos de nossa reencarnação. Convivemos em coletividade e quando um mal atinge alguém, de algum modo, direta ou indiretamente, somos atingidos pelos efeitos desse mal, daí a necessidade de desenvolvermos a preocupação de cooperar pelo bem de todos.

O filósofo Mário Sérgio Cortella, "Qual é a Tua Obra?", Vozes, 4ª ed., 2007, págs. 121/122, apresenta a interessante Fábula da Coletividade que bem se ajusta ao tema central deste artigo:

“Uma senhora vivia numa pequena chácara e tinha alguns animais: uma vaca, um porco, uma galinha. E lá também guardava milho na tulha. E havia um rato que morava lá. Esse rato vivia sossegado até o dia em que a mulher resolveu colocar uma ratoeira dentro da tulha. O rato saiu desesperado. Correu até a vaca”:

– Vaca, nós estamos com um problema sério; a mulher colocou uma ratoeira lá.

A vaca deu risada:

– Como nós? Você já viu ratoeira pegar vaca ? Eu não tenho nada com isso. Isso é problema seu.

E saiu ruminando. O rato correu até o porco:

– Porco, nós estamos com uma encrenca danada, a mulher colocou uma ratoeira lá.

– O que é isso? Eu estou aqui bem longe, isso não vai me pegar, não. Ratoeira não pega porco, olha o meu tamanho e olha o seu. O problema é seu.

O rato, atônito, correu para a galinha:

– Galinha, nós estamos com um problema muito sério.

– Pelo amor de Deus, eu já estou de problema por aqui e você ainda me vem torturar? O máximo que eu posso fazer é rezar por você.

– Mas tem uma ratoeira lá.

– Mas isso não é comigo, é contigo.

O rato foi embora desanimado. À noite todos dormiam e, de repente, splaft. A ratoeira desarmou. Todos correram para olhar, inclusive o rato; era uma cascavel que tinha sido pega na ratoeira. A mulher levantou-se, foi tirar a cascavel da ratoeira e tomou uma picada. Foi levada ao hospital à beira da morte. Ficou 20 dias de recuperação e, na volta, precisava estabelecer a saúde na chácara. Qual a melhor comida para reforçar a saúde? Canja. Lá se foi a galinha. Depois de um mês, resolveu dar um almoço com feijão tropeiro para os parentes que a tinham ajudado e lá se foi o porco. A questão é que o tratamento tinha ficado caro e aí tiveram de vender a vaca para o açougue...

Cuidado: a ratoeira que aparece ali num canto pode não te pegar num primeiro momento, mas os efeitos dela são fortíssimos.”

Conviver bem é a chave do progresso espiritual.

(Mentes do Amanhã - Ano II - Edição VI - Novembro/2009)




sexta-feira, 27 de novembro de 2009




POR QUE AS PESSOAS FICAM DOENTES?

José Eurípedes Garcia (Igarapava/SP)

Muitos médicos admitem que a maior parte das enfermidades de seus pacientes é de origem psicossomáticas, ou seja, não tem bases orgânicas.

Existem pessoas que morrem de doenças imaginárias. Do mesmo modo que usamos nossa mente para criar dores de cabeça, resfriados, febres, podemos usá-la também para criar problemas biológicos realmente sérios como úlceras, doenças cardíacas e câncer.
A enfermidade é um processo pelo qual algum órgão ou sistema transmite informação sobre desequilíbrios e exagerações que estamos fazendo em nossa vida e que devemos evitar. Estes desequilíbrios podem ser simples ou complexos.
Atrás de uma enfermidade está quase sempre uma extravagância, um abuso ou um hábito a corrigir.
Desenterrar desgostos ou ressentimentos é manifestação de rancor falta de perdão, que podem originar muitas sensações desastrosas em quem as cria.
Os sentimentos de ódio, a intolerância, geram irritação, descontrole, nervosismo, desgaste físico do sistema nervoso, taquicardias, palpitações, predispõe-nos às doenças cardíacas.
Quem não deseja curar-se, não conseguirá ficar saudável. Os estados de enfermidade podem esconder carências de atenção e necessidades de afeto.
Um enfermo pode criar dependência para com uma droga que toma diariamente, cujo organismo reclama e do qual sua mente não pode liberar-se.
A morte pode estar sendo desejada inconscientemente como uma fuga das circunstancias da vida ou dos problemas que se vê obrigado a enfrentar.
O Dr. Antônio Tedesco, médico neurologista espírita, classifica assim os fatores desencadeantes das doenças em sua generalidade:
1. Causas espirituais
2. Causas reencarnacionistas
3. Causas psíquicas
4. Causas físicas
Quando lemos o Evangelho Segundo o Espiritismo, no capitulo V encontramos:
“As tribulações da vida tem duas origens bem distintas”:
--Causas da vida presente
--Causas fora desta vida.
“Remontando-se à origem dos males terrenos, há de reconhecer que muitos males são conseqüência natural do caráter e do proceder das pessoas que sofrem.”
O Dr. Bernie Siegel, o grande oncologista norte americano, quando lhe chegam pacientes nos estágios mais avançados, pergunta-lhes se eles desejam cirurgia amputadora, quimioterapia ou radioterapia, ou se desejam apenas apoio psicológico. Graças à resposta do paciente ele calcula o seu tempo de sobrevida.
Se o paciente opta pela terapia psicológica, é porque ele crê na vida, ele viverá mais. Se pede a amputação terá uma sobrevida mais breve, pois não ama, não confia nas próprias resistências.
Entre os extraordinários casos do Dr. Bernie Siegel, impressiona-nos o histórico de uma mulher que estava morrendo de câncer. Ela morava a mais de mil quilômetros distante da clínica desse médico. Ouvindo falar desse admirável oncologista, manifestou desejo de consultar-se com ele.
Seu médico não foi nada otimista, pois ela estava morrendo.
Porém, face à suas insistências conseguiram meios de levá-la ao Dr. Siegel como se fosse cumprir o último desejo de uma moribunda.
Foi por ele gentilmente recebida, porém havia chegado muito tarde...
Mas ela ansiosa pergunta ao médico, após a sondagem clínica:
---Qual é a sua opinião Doutor?
Leal e realista ele foi objetivo: “Infelizmente, somos médicos, não podemos substituir órgãos vitais. Nem cirurgia, nem quimioterapia... A morte é um fenômeno inevitável é uma etapa da natureza biológica de um ciclo que cessa...”.
----Doutor, eu terei uma possibilidade em dez?
----Não senhora.
----Tê-la-ei em cem?
----Tampouco.
----Doutor, terei uma possibilidade entre mil pacientes?
----Não senhora.
----Em um milhão de pacientes?
---Bem, em um milhão de pacientes, é provável...
---Então cuide de mim, porque eu sou essa paciente no meio de um milhão.
Diante desse desejo, ele tratou-a e ela curou-se.
Nesse comenos ele percebeu que o câncer havia começado em meio de um processo litigioso de divórcio, e naturalmente o desencanto criou nela o desejo de morrer, descoberta a causa psicológica, começou a trabalhá-la para que ela vivesse.
O Dr. Siegel mostrou-lhe que existem homens muito melhores que o ex-marido dela, e que não valeria a pena morrer por um homem, já que existem tantos homens bons pelo mundo afora, que estão buscando uma boa mulher.
Quando ela se curou, o ex-marido procurou-a, mas ela não se interessou, pois já estava comprometida com outro.
Voltando ainda ao capítulo V de O Evangelho Segundo o Espiritismo:
“Interroguem friamente as suas consciências, todos os que são feridos em seu coração pelas vicissitudes e decepções da vida; remontem passo a passo à fonte dos males que os torturam e verifiquem se, na maioria das vezes não poderão dizer... Se eu houvesse feito ou deixado de fazer tal coisa, não estaria nesta condição...”.
“... A quem então haverá o homem de responsabilizar por todas estas aflições, senão a si mesmo? O homem, pois, na maioria dos casos, é o autor de seus próprios infortúnios. Porém ao invés de reconhecê-lo, lhe parece mais cômodo e menos humilhante para a sua vaidade, acusar a sorte, e a Providencia Divina pela falta de oportunidade, pela sua má sorte”.

(Mentes do Amanhã - Ano II - Edição VI - Novembro/2009)

segunda-feira, 23 de novembro de 2009





EDITORIAL

Marcelo Molinari
Fernanda Moreira


Equipe do Jornal
Mentes do Amanhã

Passamos vários anos de nossas vidas dedicados aos afazeres terrenos, criamos nossos filhos, trabalhamos incessantemente para o nosso bem estar, para melhorarmos de vida e de vez quando fazermos alguma “caridade”: auxiliamos na sopa, nas atividades da casa espírita e se sobrar um “tempinho”, também visitamos algum asilo ou orfanato.
Como espíritas sabemos que é pouco, muito pouco o tempo que dedicamos para fazer deste um mundo melhor. Sempre adiamos nossos deveres. O Jornal Mentes do Amanhã traz reflexões importantes sobre a doutrina Espírita e por que não começar a fazer algo já! Vamos colocar o Espiritismo em nosso dia a dia, em nosso trabalho e nos nossos pensamentos.
Viver o Espiritismo de forma que ele influencie nossas atitudes e assim tomarmos nossas decisões sempre voltadas à luz dessa doutrina, que nos ensina a viver sobre a regência dos ensinamentos de Jesus.
O trabalho espírita nos ajudará a lidar melhor com as doenças do corpo e da alma. Nos trará paz de espírito e a felicidade possível neste mundo.
O Espiritismo nos auxilia nesta transição terrena, ajudando-nos a vencê-la com dignidade. Quanta luz nos oferece o consolador prometido! Aproveitemos a oportunidade!

(Mentes do Amanhã - Ano II - Edição VI - Novembro/2009)

domingo, 22 de novembro de 2009



RESPONDENDO AO LEITOR

(Mentes do Amanhã - Ano II - Edição V - Agosto/2009)

Pergunta feita por Márcia Barbosa Oliveira - cidade de Ipuã:

Se nós não nos lembramos das vidas anteriores, como posso realmente ter certeza de que existem, ou se tenho algo a pagar ou saldar? Como se comprova cientificamente que os espíritos existem, sendo que muitas pessoas não os vêem ou sentem? É real o que diz o espiritismo ou é fruto da imaginação dos espíritas?

Respondida por Alan Martins - cidade de Ribeirão Preto:

Agradecemos ao leitor pela pergunta gentilmente formulada. A indagação é sobre provas científicas da existência dos espíritos, bem como sobre a aparente contradição entre o esquecimento do passado e a crença na pluralidade das existências. Os fenômenos mediúnicos são provas científicas da existência dos espíritos, como já defendia Chico Xavier, sob a orientação de Emmanuel no inesquecível “Pinga-fogo” da TV Tupi em 1972. Bons exemplos são cartas psicografadas e comunicações psicofônicas revelando detalhes conhecidos apenas pelo espírito desencarnado e o ente querido destinatário da mensagem. Atualmente, a pluralidade das existências também pode ser comprovada por meio das terapias de vidas passadas, que o espírito Manoel Pereira de Miranda, em obra psicografada pelo médium Divaldo Pereira Franco, classifica como uma conquista muito importante, recentemente lograda pelos nobres estudiosos das “ciências da alma”. No campo filosófico, somente pensando na existência do espírito e na reencarnação é que se pode enxergar sentido numa existência humana repleta de dessemelhanças e desigualdades sociais, psíquicas, morais, éticas e de saúde. A condição atual de cada um é conseqüência dos erros e acertos do passado, da evolução ou da estagnação acumulada ao longo das existências. A atual encarnação é sempre uma oportunidade de resgate e evolução. E nesse ponto se explica também o esquecimento das vidas passadas, uma benesse da providência Divina, uma previdente vacina contra o orgulho que a recordação de existências famosas poderiam suscitar, e também contra a desestabilização emocional e conflito existencial que a vergonha e o remorso decorrentes de atrocidades pretéritas poderiam proporcionar.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009




http://www.caminhosparaoespiritismo.org.br/

Um Encontro Espírita pode ser para Todos?



Leopoldo Daré (Ribeirão Preto/SP)


Até o século XIX, cultura estava relacionada ao conhecimento da elite social, e abrangia artes, literatura e filosofia. Do século XIX para o século XX surgiram novas definições que enfatizam o caráter de aprendizado e de compartilhamento social do conhecimento cultural, e traz uma forma particular de interpretar a realidade, dando sentido à vida humana. Desta forma, todo conhecimento compartilhado por um grupo de pessoas na sociedade é cultura, e por isso, Espiritismo é cultura para os membros de sua comunidade.


No entanto, como tornar um encontro espírita motivo de encontro social amplo e de interesse também para não-espíritas? Acreditando que estaria alcançando este objetivo, a Associação Caminhos para o Espiritismo buscou intensificar e a ampliar a divulgação de seus eventos (para maiores informações www.caminhosparaoespiritismo.org.br). Desejando tornar o Espiritismo objeto de debate na sociedade, organizou uma estrutura de divulgação superior a meta de trazer público para o encontro. Foram distribuídos fouders e cartazes em centros espíritas, farmácias, restaurantes, universidades, bibliotecas, hospitais, clubes do livro, panificadoras, docerias, repartições públicas e livrarias, nas cidades de Araraquara, Batatais, Barretos, Franca, Matão, Ribeirão Preto e São Carlos. Obteve espaços de divulgação na mídia espírita (revistas, jornais, blog, web-rádio e rádio comunitária) nos estados de São Paulo, Paraíba, Paraná e Santa Catarina. Na mídia não espírita foram divulgadas entrevistas e reportagens em jornais, rádio e canais de televisão de Ribeirão Preto e região. Foram enviadas postagens virtuais para mais de 211.000 e-mail de pessoas não conhecidamente espíritas. Destes, mais de 54.000 pessoas (26%) visualizaram o e-mail marqueting, e mais de 8.000 pessoas (4%) clicaram para acessar mais informações. A efetividade do e-marqueting foi superior a porcentagem de espíritas na população brasileira (próximo a 1%), o que indica interesse de não-espíritas pela mensagem espírita. Houve mais de 2.000 pedidos de exclusão de seus e-mails da lista de e-marqueting, indicando que a forte repulsa a mensagem espírita é considerável, mas não inviabiliza a estratégia de propaganda.


A associação buscou patrocinadores. Das 16 empresas que aceitaram patrocinar os dois primeiros fóruns Caminhos de 2009, apenas em uma empresa os proprietários não são espíritas. Entre as 16 empresas que não aceitaram patrocinar o evento, sejam os proprietários espíritas ou não, as justificativas foram iguais: dificuldades financeiras e/ou a empresa não vincula sua imagem com eventos religiosos. Isto demonstra o forte vínculo religioso do Espiritismo brasileiro e o conceito sectário que a Religião tem no Brasil. A proposta de tornar os eventos Caminhos uma opção cultural para a sociedade em geral, e não apenas um evento sectário da comunidade espírita, enfrenta obstáculos culturais enraizados na concepção brasileira de Espiritismo que precisarão ser superados com inovação e persistência.


Um encontro espírita culturalmente amplo aumentará a população envolvida, trará maior visibilidade na mídia e seus temas tornar-se-ão motivos de debates nos mais diferentes ambientes. Isto parece muito bom para todo espírita. Por outro lado, o encontro terá que ser um pouco “menos espírita” para ser um pouco “mais de todos”, trazendo para o seu interior pessoas não iniciadas na doutrina, com linguagem e preocupações diferentes. O conflito entre a forma de interpretar a realidade do espírita e do não espírita será a prova de que estaremos perante mundos culturais diferentes. A este compartilhar em igualdade de valor as idéias espíritas com as não espíritas, eu chamo de “Espiritismo Aberto”. Ainda mais, é preciso que a mensagem seja compreensiva e importante para o não espírita, exige que selecionemos novos temas, estranhando nossa própria cultura espírita. Estranhamento que o diálogo respeitoso com as pessoas diferentes exige.


Até aqui a Associação Caminhos apenas começou a aprender como divulgar seus eventos espíritas, esforçando-se para difundir as temáticas espíritas nos diferentes órgãos da imprensa. No entanto, começo a perceber que o caminho está sempre incompleto se não buscarmos o que chamei de “Espiritismo aberto”. Se a realização de eventos espíritas verdadeiramente abertos conseguirá, em adição, acolher todas as vertentes espíritas brasileiras para uma discussão construtiva e tolerante, é mais uma pergunta que precisará ser respondida.

(Mentes do Amanhã - Ano II - Edição V - Agosto/2009)



quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Aproveitando o clima do 13º EME...



A mocidade e o mundo de hoje.


Anderson Ramos (Aramina/SP)

Os jovens, cada vez mais, estão se desenvolvendo rápido, e isso não esta se diferindo dentro da doutrina espírita. Antigamente não era comum ver um jovem, já aprendendo a lidar com sua mediunidade, já que os médiuns das casas eram pessoas mais experientes.

Hoje dentro das casas espíritas, já não e tão anormal ver um jovem aprendendo a lidar com suas responsabilidades, e com sua mediunidade, estudando e aprendendo sobre ela, talvez seja porque em nosso mundo, hoje tudo esta acontecendo mais rápido.

Nosso mundo está em um estagio de passagem, de expiação e prova, para regeneração, e tudo está indo em um ritmo mais acelerado, e não há mais tempo para esperar os jovens atingirem uma estabilidade maior em suas vidas para depois iniciarem seus compromissos com a espiritualidade, cabendo a cada um deles, aceitarem ou não e decidirem, se aceitam ou não esse compromisso. Claro que devem se conscientizar de suas responsabilidades, e de como isso poderá afetar em suas vidas.

É importante o estudo, o aprendizado que vem desde a base da doutrina, ate conteúdos mais específicos que os ajudem nessa decisão e a lidar com o que acontece com eles.

A Mocidade, mais do que nunca, está desempenhando um papel muito importante na vida desses jovens, porque o jovem tem uma possibilidade maior de trocar conhecimentos, experiências e de participarem mais da doutrina que frequentam.

Esse não e um desafio apenas para os jovens, mas também para os dirigentes dos grupos de mocidade, que participam e tem o compromisso de guiar os jovens nessa nova parte de suas vidas. Estando cientes que os jovens não são apenas os trabalhadores do amanha, pois muitos já são os trabalhadores do agora e que eles têm essas condições.

(Mentes do Amanhã - Ano II - Edição V - Agosto/2009)





domingo, 15 de novembro de 2009

13º EME

ENCONTRO DE MOCIDADE INTERMUNICIPAL
SÃO JOAQUIM DA BARRA

O Encontro de Mocidade vai ACONTECER no dia 13 de Dezembro 2009 na cidade de Igarapava na Sede da Juventude Espírita Eurípedes Barsanulfo sito AV. Aristides Waldomiro Nery , 576 às 07:30 h, vamos convite todos o jovens de todas as idades....
 
Alô, menina ( o ) você está sabendo?!! Então espalhe ...

Telefone...


Mande um e-mail...

   
Carta... 

 
  Boca a boca... 


   
Enfim!
 TODO...


tem que saber!


13º EME

ENCONTRO DE MOCIDADE INTERMUNICIPAL
SÃO JOAQUIM DA BARRA
Dia - 13 de Dezembro de 2009. ( Domingo)
Cidade- Igarapava
Local – Juventude Espírita Eurípides Barsanulfo ( Mansão Do Vovó)
            Av Aristides Waldomiro Nery nº 576 CEP CEP 14540-000 IGARAPAVA SP
Horário - 07:30 horas
Valor da inscrição R$ 10,00 reais ( DEZ REAIS) por pessoas
Prazo final de inscrição 30 de Novembro (impreterivelmente)
O participante deverá tirar xerox da inscrição na quantidade que desejar e fazer pagamento em nome Juventude Espírita Eurípides Barsanulfo - Banco do Brasil Agencia 0419-7 Conta Corrente 3050-3
Enviar ficha preenchida para o endereço acima J.E. E. B. Av. Aristides W. Nery , 576 , juntamente com comprovante de deposito.





quarta-feira, 11 de novembro de 2009




Este artigo recomenda a leitura dos bons livros espíritas.


Falsos profetas.


Ana Wilma F. Gouveia (Guará/SP)


A literatura espírita é uma das mais ricas; muito se tem escrito e psicografado. Os impressos somam centenas de títulos entre livros e mensagens.
É sabido por todos que o espírita é um leitor efetivo e estudioso, sempre tentando ampliar seus conhecimentos e aprimorar-se em espírito, visto que Kardec nas obras da codificação, traz o sábio conselho – “Espíritas, amai-vos e instruí-vos!”
Contudo, é necessário bom senso e cautela nas escolha das obras em que nos debruçamos para estudo e leitura.
Nem tudo que se intitula espírita prima por seguir as orientações kardecistas. Cumpre ao leitor discernir o que lhe convém.
É necessário que os responsáveis por clubes de livros, feiras, bibliotecas espíritas tenham um apurado sendo de responsabilidade e conhecimento sobre as obras que colocarão à disposição de pessoas as mais das vezes iniciantes na doutrina e que podem assimilar conceitos equivocados e que são de conseqüências imprevisíveis.
Certa vez uma pessoa desavisadamente explanou o Evangelho se utilizando de conceitos lidos em um livro que não deveria estar nas estantes espíritas. Ele trazia acontecimentos totalmente distorcidos referente à vida de Maria Madalena, em flagrante contradição com o que Chico nos trouxe a respeito, com suas abençoadas mãos pscógrafas. A fala gerou um desconforto e estranheza entre os ouvintes. Cientes do fato, a direção da Casa buscou em diálogo amigo alertar a companheira e ouviu junto com o pedido de desculpas a frase “Mas é um livro psicografado e lançado por uma editora espírita, então eu achei que era certo!”
O difícil foi orientar as pessoas que haviam ouvido!
Por isso recorremos ao Evangelho Cap XVII item 16 – “Cultivai esta árvore da vida, cujos frutos proporcionam a vida eterna. Aquele que a plantou vos convida a cuida-la com amor, que ainda vereis dar com abundância os frutos divino...Deixai-a assim como o Cristo vo-la deu. Não a mutileis. Sua sombra imensa quer estender-se por todo o universo;não lhe corteis a ramagem...
O que temos presenciado é o aparecimento de alguns livros que deveriam ser melhor analisados antes de serem divulgados.
É inconcebível aceitar-se como real um conjunto de mais de duas dezenas de mensagens psicografadas por um único médium e de suposta autoria de Maria Mãe de Jesus. Recordemos que o próprio Chico só recebeu de Maria um recado transmitido por Emmanuel e que se resume nas palavras “Tudo passa”.
Também nos causa estranheza estar na lista de livros espíritas um evangelho destinado a jovens, no qual as palavras e os pronomes do Evangelho escrito pelos apóstolos, e que é pedra fundamental de todo o Cristianismo, ser simplificado e modificado na sua escrita. Ali aparecem os pronomes modificados e palavras trocadas.
Deveríamos pensar que os jovens de hoje ao se depararem com modificações na base do Evangelho, quando adultos, espíritas atuantes poderão seguir esta linha de pensamento e modificar outros conceitos básicos do cristianismo e da doutrina. Não foi a mão do homem que através dos séculos mudou a mensagem de Jesus, calando ensinamentos como a reencarnação e a comunicabilidade dos espíritos? Estes conceitos tiveram que ser reestabelecidos com a vindo do “Consolador Prometido”, O Espírito da Verdade, como anunciou Jesus.
Se querem um Evangelho que o jovem entenda sem dificuldades, recorramos ao esforço do Eliseu Rigonati, em seu Evangelho para a meninada. Conseguiu o intento sem alterar uma única palavra nas letras dos apóstolos.
É preciso muito cuidado e cautela, pois a grande tarefa dos espíritas é a divulgação da doutrina, tal qual foi codificada por Kardec e transmitida pelos bons espíritos.
As águas limpas do entendimento, do conhecimento, do conselho que recebemos devem chegar puras às mãos de quantos se acheguem à sombra do Evangelho do Cristo.
As obras psicografadas pelo nosso querido Chico são fontes de ensinamentos que levaríamos a vida inteira a pesquisar e meditar.Obras como “Há dois mil anos”, “Ave Cristo”, “Paulo e Estevão” nos trazem as raízes do Cristianismo e lê-las é mergulhar no clima de vibrações dos primeiros cristãos.Isso é incomparável, mais gratificante de que qualquer romance recentemente publicado, em nossa opinião.
A obra vasta de André Luiz é um tesouro de ensinamentos, capaz de nos descortinar horizontes maravilhosos. Contudo não são seus livros os que mais circulam nos meios espíritas.
“Não acreditais em todos os espíritos, mas provai se os espíritos vem de Deus, porque são muitos os falsos profetas que se levantarão no mundo” (João, Espítola 1, cap IV)

(Mentes do Amanhã - Ano II - Edição V - Agosto/2009)



domingo, 8 de novembro de 2009




Hoje tem CONESPI. A USE Intermunicipal de São Joaquim da Barra está em prece, festa, confaternização e estudo. Parabéns à organização. Obrigado Pai!

"Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda a criatura" - Jesus (Marcos - 16:15)

"Divulgar o Espiritismo por todos os meios e modos dignos ao alcance, é tarefa prioritária." (Bezerra de Menezes / Divaldo Pereira Franco)

“Lembra-te deles, os quase loucos de sofrimento, e trabalha para que a Doutrina Espírita lhes estenda socorro oportuno. Para isso, estudemos Allan Kardec, ao clarão da mensagem de Jesus-Cristo, e, seja no exemplo ou na atitude, na ação ou na palavra, recordemos que o Espiritismo nos solicita uma espécie permanente de caridade - a caridade de sua própria divulgação.” - trecho da obra "Estude e Viva" (Emmanuel-André Luiz /Chico Xavier-Waldo Vieira)


segunda-feira, 2 de novembro de 2009



Na esteira do nosso último post (artigo "Oração pelos desencarnados", do querido amigo José Eurípedes Garcia) e em lembrança do feriado nacional de Finados, ressaltando a importância da prece e do auxílio aos desencarnados...

LEMBRA-TE AUXILIANDO


Autor Emmanuel / Médium Francisco Cândido Xavier

“ Vosso Pai sabe o que vos é necessário, antes de vós antes de vós pedirdes.” - JESUS - MATEUS, 6:8.
“Os espíritos sofredores reclamam preces e estas lhes são proveitosas, porque, Verificando que há quem neles pense, menos desconfortados se sentem, menos Infelizes. Entretanto, a prece tem sobre eles ação mais direta: reanima-os, incute-lhes o desejo de se elevarem pelo arrependimento e pela reparação e, possivelmente, lhes desvia do mal o pensamento. ” - Cap. 27, 18.

Lembra-te dos mortos, auxiliando...
Indiscutivelmente, todos eles agradecem a flor de saudade que lhes atiras, mas redivivos qual se encontram, se pudessem te rogariam diretamente mais decisiva cooperação, além do preito de superfície.
Supõe-te no lugar deles, de quando em quando, notadamente daqueles que se ausentaram da Terra, carregando dívidas e aflições.
Imagina-te largando a convivência dos filhos recém chegados do berço crivado de privações e pensa na gratidão que te faria beijar os próprios pés dos amigos que se dispusessem a socorrer-lhes o estomago torturado e a pele desprotegida.
Prefigura-te na condição dos que se despediram de pais desvalidos e enfermos, por decreto de inapelável separação, e pondera a felicidade que te tangeria todas as cordas do sentimento, diante dos irmãos que te substituíssem o carinho, ungindolhes a existência de esperança e consolo.
Julga-te no agoniado conflito dos que partiram violentamente, sob mágoas ferozes, legando à família atiçados braseiros de aversão e reflete no alívio que te sossegaria a mente fatigada, perante os corações generosos que te ajudassem a perdoar e servir, apagando o fogo do sofrimento.
Considera-te na posição dos que se afastaram à força, deixando ao lar aflitivos problemas e medita no agradecimento que sentirias ante os companheiros abnegados que lhes patrocinassem a solução.
Presume-te no círculo obscuro dos que passaram na Terra, dementados por terríveis enganos, a suspirarem no Além por renovação e progresso, e mentaliza o teu débito de amor para com todos os irmãos que te desculpassem os erros, propiciando- te vida nova, em bases de esquecimento.
Podes, sim, trabalhar em favor dos supostos extintos, lenindo-lhes o espírito com a frase benevolente e com o bálsamo da prece ou removendo as dificuldades e empeços que lhes marcam a retaguarda.
Lembra-te dos mortos, auxiliando...
Não apenas os vivos precisam de caridade, mas os mortos também.

Extraído do livro " O Livro da Esperança" - Psicografado por FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER